As bandeiras das lembranças- BVIW
As bandeiras da lembrança
A manhã do domingo até que tinha começado bem. Da janela dava para ouvir barulhos da praça. Pedaços de agradecimento e depois música dando ideia de uma celebração. Me vesti e fui ver, mas tinha acabado. Vendo uma moça com vestimenta igual de outras, indaguei sobre o evento e ela disse que foi para hastear a bandeira. - Ah! Sim. Obrigada!
Nem frio e nem calor, qualquer roupa bastaria. A padaria do supermercado, por milagre estava vazia. Um banco da praça me lembrou meu pai quando ele veio passear aqui, mas é melhor fugir de lembranças quando não queremos chorar. Era um senhor bonito, bonito, bonito e ainda se alimentava pela boca.
Sempre achei domingo o pior dia de andar para fazer nada. De repente, tudo que se quer ver está fechado, inclusive as vitrines.
E aí sobram as lembranças.
- Filha, me leva para minha casa lá no Pará.
- Não posso pai. Como é que eu vou deixar o senhor lá sozinho?!
O vento faz com que frases fiquem balançando na bandeira das lembranças .