ROTINA.

Eu já escrevi sobre as minhas rotinas em outras crônicas, acontece que, de tempos em tempos essa rotina muda conforme mudo alguns aspectos da minha vida acontecem. A cada novo ciclo, emprego diferente, novos horários, tenho que me adaptar a realidade apresentada, para combinar e deixar confortável todos os meus afazeres, sejam eles no trabalho ou na vida secular com meus escritos. Eu já tentei outras vezes mas não consigo viver sem uma rotina estabelecida e bem definida. Seja no trabalho com as obrigações competentes da profissão, ou na vida secular com minhas leituras e literatura.

Recentemente, ou melhor, não tão recente assim, tive que fazer uma mudança drástica, talvez a mais desafiadora até o presente momento.

Antes de Abril desse ano eu estava morando em Sorocaba, trabalhando em um balcão de açougue, a cinco minutos de casa. Fiquei ali por um ano e meio, porém, trabalhar com o público já estava me prejudicando em todos os sentidos, principalmente na parte psicológica, exigindo mais do que eu poderia dar, no entanto, foi tranquilo encaixar uma rotina, tanto no que eu exercia no trabalho quanto aos meus escritos e leituras diárias. Produzi bastante nesse período, escrevi um romance desafiador, ficção científica, "viajantes do tempo", as leituras também ficaram em alta, a revolta de Atlas foi uma delas. Nas férias, veio a oportunidade de mudança, já cansado do mercado, buscando novos horizontes, tendo um certo impulso da esposa, vislumbrei uma nova colocação profissional na cidade vizinha, por onde morei, atual residência da minha mãe.

Sair do mercado para entrar em uma empresa não foi difícil, eu consegui a vaga em uma terceira trabalhando dentro da empresa por onde fiquei quinze anos. Eu já contei essa história antes. Mas, lá estava esse catador de palavras ao vento, em uma empreiteira exercendo suas funções de ajudante na área civil. Total novidade para mim, tanto que, estou amando esse novo emprego. Tal ocupação não traz incômodo, pelo contrário, é uma nova oportunidade em uma função que estou gostando de aprender. Assim começou a mudança drástica, de início eu nem a percebi, não dei conta do peso dessa decisão, vindo a ser revelado no passar dos dias. Tive que mudar de cidade, pelo menos de segunda a sexta-feira, como a folga é sábado e domingo, dias em que retorno para Sorocaba e para a família, esposa e filha. Durante a semana fico na casa da minha mãe, é confortável, porém, não a mesma coisa. Confesso, às vezes, a angústia e a distância de casa me consome por inteiro.

Acordo cedo, faço o meu café, como um pedaço ou dois de bolo, espero um pouco até dar o horário de ir para o ponto de ônibus, que não demora a passar. Chego na empresa bem antes do horário, não perco tempo, entro e vou direto para a rodoviária ( a empresa é tão grande que temos uma rodoviária lá dentro, para algumas partes da fábrica é necessário o ônibus). Até a Van chegar, responsável por nos levar ao canteiro da empreiteira, mato o tempo lendo e escrevendo. Um exemplo, é justamente essa crônica escrita na madrugada de uma quinta-feira. Essa é uma pequena parte das minhas rotinas, em outra oportunidade lhes conto mais.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 03/09/2023
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