Ser amado absolutamente!
Ser amado absolutamente!
O alucinar, não psiquiátrico e mesmo o psiquiátrico, realiza o desejar, o esperançar, o ilusar do ser vivo, mais particularmente da humanidade, naquilo que é irrealizável, ser absolutamente amado.
Só é possível ser amado absolutamente de maneira alucinatória: a mamadeira, o Cristianismo.
Ninguém perguntou, nem questionou, mas é claro que a vida, o cotidiano, costuma passar alheio a indagações tão íntimas, profundas e, nem todo o tempo, o tempo inteiro, se está tendo consciência que as pequenas amarguras, dissabores, manias, fobias, vícios variados, estão em conexão com algo tão íntimo e ao mesmo tempo tão inatingível, a impossibilidade de ser amado absolutamente.
É claro que o aparelho mental, em sua função de proteção da sobrevivência, mantém esta necessidade sob o efeito da repressão e, não raramente, em situações clínicas, é possível entender a pequena amargura, o dissabor, a mania, a fobia, o vício, como meramente o desejar, o esperançar, o ilusar de ser absolutamente amado.
Mas, a mente é sábia, uma Antarctica, depois do cansaço da fazenda, aquela dor nas costas de afazeres domésticos, realiza, como paliativo, o desejo, a esperança, a ilusão de ser amado absolutamente!
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