Franz Kafka, e o ráquer, e as câmeras do Oito do Um, e o gópi-de-estado-atrapaiado.
Eita! Agora vai! Aonde vai o que está indo para algum lugar, não sei. Sei que estamos numa distopia kafkiana elevada à enésima potência, e tão atrapaiada ela é, que não sei se rio, se choro, se choro de tanto rir, se rio de tanto chorar.
Chegou-me ao conhecimento, leitor, que me é muito caro, e ao teu conhecimento também, presumo, que o governo brasileiro desconhece a tecnologia do backup. Sim. Vê, leitor querido e amado: o nosso amicíssimo ministro da justiça disse, há pouco, com a sua proverbial eloquência ática e barroca, pingada de alguns elementos, raros, para o nosso bem-estar, gongóricos, que ele, vê! não pode apresentar a quem de direito as imagens que as onipresentes câmeras de vigilância do interior das instituições mais caras, caras porque dispendiosas, do Brasil gravaram devido a um senão técnico absurdamente importante que, não se sabe exatamente porque cargas-d'água, negligenciaram as autoridades competentes, que se revelaram incompetentes: as câmeras conservam na memória do agádê as imagens gravadas por no máximo quinze dias, e vencido este prazo são substituídas por outras imagens, que por sua vez... Tu me entendeste, leitor. Memória fraca tem o agádê das câmeras do governo, né, não?! Se os elefantes as houvesse inventado! Sabe-se que eles têm boa memória - se é verdade, se história da carochinha do arco-da-arco do tempo do onça, não sei.
Mas... Vê! Bem que o governo, ciente da escassa memória do agádê das câmeras, poderia providenciar, já no dia nove do um, uma cópia das imagens que elas gravaram. Cópia, ou, em vernáculo castiço de Shakespeare, bécape. Tal tecnologia está à disposição de todo ser vivente que não tenha penas, seja mamífero, e bípede, e conte, caso saiba contar, com trinta e dois dentes dentro da boca.
E como é que fica, agora, a tal da Cepeí, esta senhora barraqueira e mexeriqueira, que mais do que ninguém sabe rodar a baiana e arremessar substâncias fétidas no ventilador, do dia Oito do Um?! Quem sabe?! Não havendo imagens que possam vir a pôr cada pingo do seu respectivo i e dar para cada boi o nome que lhe compete, fica a dito pelo não dito, e que se dane o Benedito, e o J. Pinto Fernandes, que entrou na história sem que alguém o tivesse chamado. Enxerido sem ser querido ele é!
- E o ráquer, mané?! - pergunta-me o leitor.
Ah é! Esquecia-me dele! Perdoa-me, leitor. Tenho memória fraca. Meu cérebro já está gasto de cinquenta anos. Paciência. Do que o passarinho me contou, sei que o ráquer e o seu adevogado, um abacate - piada infame, que aprendi com o Foggy Nelson - são bem atrapaiados, de fazerem rir Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
E cá entre nós, leitor: o gópi-de-estado que os bozinhos planejaram foi bem atrapaiado, não foi, não?! Se querem aprender a executar um golpe-de-estado, e dos bem dados, que eles consultem os nigerinos e os gaboneses