QUANTA DIFERENÇA DO ATENDIMENTO MÉDICO DE ONTEM PARA HOJE!
Mesmo que eu não tivesse trabalhado no setor de ortopedia de um renomado hospital desta grande São Paulo, durante aqueles dois anos e meio presenciei muitos casos de atendimento de emergência que me fizeram lembrar um que eu sofri quando tinha apenas 8 anos. Fui vítima de uma fratura exposta do braço esquerdo e o modo como fui atendido pelo único médico da minha pequena cidade no interior do Piauí foi tão rudimentar, mas objetiva, que com o passar do tempo, depois que fiquei bom e podia jogar bola com os meus amiguinhos, agradeci muito a Deus por aquele socorro. Lembro-me que apesar da dor que eu sentia, movido por um choro compulsivo, o Dr. Isaías Coelho não se abateu com aquela cena e simplesmente puxou o meu braço, colocando o osso no lugar, fez o respectivo curativo, colocou duas proteções de papelão mesmo, amarrou com barbante, depois cobriu com gases, pôs esparadrapo, com minha camisa, improvisou uma tipoia e me mandou pra casa. A minha mãe sempre presente, de alguma forma, procurava me confortar e recomendar repouso, o que era muito difícil naquela idade de folguedo. O engraçado de tudo isto se não fosse trágico, o animal que me derrubou, jogando-me sobre uma grande pedra, por causa de um susto que ele levou, sabe lá Deus o porquê, simplesmente saiu na disparada e seguiu rumo à minha casa sem o seu ocupante mirim acidentado que ficou pra trás. A sua presença ofegante ali chamou a atenção de alguém na rua, chamando a mina mãe e comunicando o ocorrido. Não demorou muito o euzinho aqui chegou segurando na ponta do dedo o braço com fratura exposta, cujo choro já explicava tudo.
Nos tempos hodiernos, em qualquer cidade, principalmente nas capitais, o atendimento de alguém vítima de um acidente desta natureza terá um atendimento completamente diferente, o que jamais menospreza a capacidade e atenção do médico que me atendeu, impossibilitado de usar meios mais apropriados, adequados, sofisticados e mais ados dos usados atualmente.