TRISTE COMEÇO DE MÊS
No primeiro dia de Setembro, acordei, mas não queria levantar. Uma dor nas costas que começou ontem, ainda me incomodava.
A primeira mensagem que recebo, logo cedo, uma triste notícia.
Tenho um cliente que está em prisão preventiva, um idoso, que creio ser realmente inocente.
A filha dele estava internada em estado grave, com Metástase avançada. Ontem o médico deu um prazo de quatro dias de vida.
Pedi urgência a juíza pra permitir a visita com escolta, do pai, ao hospital onde a filha se encontrava. A juíza negou...
A garota morreu hoje cedo...
Sem ter a chance de se despedir do pai...
Sem ter a chance de dar o último adeus...
Seu tempo acabou, jovem, só tinha 35 anos...
Existem situações que são inevitáveis, eu entendo . O que não entendo é essa falta de empatia que parece ser comum hoje, a compaixão está em desuso, infelizmente.
Como uma família vai entender que por causa do entendimento desumano de um magistrado, um pai é impedido de se despedir de uma filha?
A vida e as experiências ensinam todos os dias, e as vezes a lição é dura. E a busca por sentido, não tem resposta, não chega em lugar nenhum.
A frieza com que as pessoas estão sendo tratadas me entristece. Mas não diminui a minha vontade de ser instrumento da justiça.
Não diminui a minha motivação, pelo contrário, aumenta ainda mais.
É um dia triste, por pior que seja é isso, uma batalha perdida, mas a guerra ainda continua.
Fico triste porque a garota perdeu tudo. A família dela agora está incompleta, uma perda irreparável. Espero que ela tenha ido encontrar com Deus, e que descanse em paz! A caminhada dela chegou ao fim...
Sempre que acontece algo que abala o emocional, recorro a boa e velha caminhada a beira mar, na areia e sozinho. É onde estou escrevendo agora, ao som do mar. Não vejo ninguém daqui, nem de um lado, nem de outro. É uma reflexão solitária, do jeito que mais aprecio.
As situações difíceis sempre vão estar presentes, são inevitáveis. Só a compreensão é que demora um pouco mais. Sempre tardia.