PILARES.
Aqui, por essas linhas, apoio de sustentação contra golpes(na alma) abalos, choques e demais atentados contra a vida, os sonhos, as emoções, sentimentos e (des)construções internas. Nos muitos andares, por onde ganhamos altura, juntamente, cresce também a iminência do tombo quando desestruturados os pilares centrais, mentais, verticalmente(re)posicionados em bases sólidas. Das nossas colunas internas tentamos o céu, galgamos o azul como um pássaro em seu primeiro voo. Do concreto, sobem andares erguidos aos poucos, e sentidos aos montes. Na audácia dos riscos, os tremores da coragem à vulnerabilidade da dor. Do entusiasmo da subida, à tristeza do desmoronamento, quando bem lá, no alto do pilar, havia eu, havia nós. Nas alturas, nos percebemos inatingíveis, inalcançáveis ; engano: encontramo-nos, sim, em evidência. Somam-se as perdas...principalmente, de tempo. E velamos em silêncio, nossas pequenas mortes, de andar a andar. Sustentados por esqueletos , consagramos em falas póstumas, grandes partes inacabadas de nossas obras.