A CERVEJA TRANSGÊNICA DE TODO DIA E DO CARNAVAL DE 2016
O Brasil é o terceiro produtor de cerveja do mundo e seu povo tornou-se grande consumidor dessa bebida. E dai? todo mundo já sabe disso. Todavia, tem algo que muita gente ainda não sabe: quando bebem as cervejas mais consumidas no mercado nacional, as mais conhecidas, as das grandes cervejarias, os brasileiros apreciadores de cerveja estão bebendo 45% de suco de milho transgênico. Como assim?
Muito simples, a cerveja que deveria ter a tradicional composição de malte, lúpulo e água, por conta da legislação brasileira pode ser produzida com a substituição do malte de cevada por outra fonte de carboidratos mais barata em até 45%. Assim, o milho (bem mais barato) passou a ser largamente utilizado nas cervejas brasileiras, com destaque para as grandes marcas. Onde se lê no rótulo da bebida a informação "cereais não maltados", deve-se ler "milho transgênico", simples assim.
Milho e ainda por cima transgênico? Transgênico? Não poderia ser o milho comum? Ocorre que, a partir do ano de 2007, foi liberada a produção de milho transgênico no Brasil. As seis irmãs malignas, aquelas grandes produtoras de venenos (Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer, Dow e Dupont) não perderam tempo e introduziram várias espécies de milhos mutantes no mercado e as cervejarias tornaram-se grandes compradoras desses cereais mutantes.
Além de não informarem corretamente a verdadeira matéria prima da cerveja, os cervejeiros ainda descumprem a legislação que os obriga a estampar o selo de produto transgênico, aquele T dentro do triângulo, que costuma ser visto nas embalagens de óleo de soja e nos sacos de rações para cães. Que pena dos nossos animais de estimação... Quando era menino, os nossos bichinhos de estimação comiam da mesma comida que comíamos e acho que eles não se queixavam, muito pelo contrário... Não são só os cervejeiros, outros produtores também costumam descumprir a lei, infelizmente...
Hoje, há um movimento mundial contra os transgênicos e o Brasil é um dos seus alvos preferidos, pois ele é o segundo maior produtor de transgênicos do planeta. Quase a totalidade do milho produzido aqui provém de variedades transgênicas e, dessa maneira, fica quase impossível encontrar no meio das marcas tradicionais de cerveja alguma que não esteja "batizada".
As cervejarias deveriam ser minimamente honestas e, cumprindo a lei, deveriam estampar nos rótulos das suas cervejas, além da informação sobre os ingredientes (Água, malte, cereais não maltados e lúpulo), o símbolo de produto transgênico. O consumidor minimamente informado sobre o seu significado poderia tomar a decisão consciente de consumir o produto ou não.
No carnaval deste ano, como nos anos anteriores, o consumo de cerveja, ou melhor, de suco de "milho transgênico", deve ser muito alto. Então, se no dia seguinte a ressaca bater forte, o folião pode por a culpa no milho.
Cerveja transgênica nenhum folião merece, por mais bebum que ele seja, mas ele já pode, sem dúvida nenhuma, "cantar de galo", já que com ele divide cotidianamente a sua ração.