O SANTO DO RESGATE. SANTO AGOSTINHO. HOJE É SEU DIA.

Hoje é dia de Santo Agostinho, o Santo do Resgate. Quantos não resgatam o amor que têm, não deixam ele acontecer.

A volúpia e medo de viver emoções freia e intimida muitos amores. Seria por busca de um amor maior, não passageiro, pois o amor envolvente e ardente, dizem, não dura, sendo ou não vivido. Mas todos os amores devem ser vividos; o pecado é não amar, não viver o amor que surge e pede para viver, como em Ana Karenina de Tolstoy, que amava o amor.

Quanto já perdemos na vida na ebulição de negar o amor que se ama por chavões menores?

Quanto já renunciamos? Por quê? No futuro os que amaram ou deixaram de amar nem serão conhecidos, nem suas histórias.

Não retornam felicidades, alegrias e prazeres não vividos, por mutilação das realidades. O conforto de negar seu salto salvador, o amor, é o desconforto do desamor, deixado na estrada pela sublimação que não sacia.

Muitos se envolvem na fogueira da ausência de amor por medo de amar, um unicismo religioso, esbarrando no que é universal, realidades comuns, maior força do mundo; amar.

Quantos castigam o espírito e o corpo distanciando-se de suas próprias verdades, não amando?

Quantos não aceitam as verdades mais fortes assistindo o passar dos dias de forma morna e sem calor?

Não compreendem o amor profuso que oferece a vida, e que deve ser irrestrito em todas as direções.

O princípio agostiniano que falta visitar, para se centrar melhor no mundo e recebê-lo como ele é para cada um, por vezes com amplas concessões de inclinação para o amor que se nega por não aceito, cava profundas cavernas no "id", nas asperezas reservadas para a existência de todos.

Agostinho, como reporta em Confissões, diante de sua conturbada luta “intra muros”, pode conhecer um amor maior, por chamamento, mas não deixou de viver todos os amores que a natureza e o destino lhe concedeu.

O homem nunca perde tudo quando não ama, mas um amor não vivido é chama que nunca se iluminou nem pode ser vida.