Uma noite de insônia
Na prateleira da fama pretendia entrar, corria risco de o tempo mudar. Falava aleatoriamente no discurso vazio costumeiramente, mas procurava o foco manter-se. Ora depois debruçada na janela via os cacos estilhaçado por todos cantos e não segura as lágrimas. Foi aí que se deu conta que não tratava de uma simples aventura e sim mais um dia como os demais. O mundo que vivia cobrava que não possuía, precisava ter paciência pra seguir a caminhada. Cai uma garoa fina na rua vazia, nas luzes dos postes formava-se auréola e algumas mariposas ariscam bailar em volta. Estica-se o corpo no travessão da janela, olha para cima e abre a boca sentido a leveza das gotículas das águas de um chuvisco que desse do alto quase parando.
Volta seu olhar para colcha de retalhos que cobri a fria cama, sente um vazio dentro de si sem coragem arrisca deitar novamente onde tem como companheira a insônia das noites anteriores. Sai mentalmente em busca de alguém que por coincidência está com insônia também.
Ao levantar da cama tempo depois se vê só não sabe o nome de quem o sonho acordada trouxe naquela noite, mas de uma coisa tinha certeza a saudade deixo rastro e recordações daquela fantasia corriqueira de outono como o fizera nas outras estações.