A inconsistência liberal

Que o Brasil é um país incoerente em seus conceitos, todos nós já sabemos, mas algumas idiossincrasias são difíceis de serem compreendidas. Vejamos alguns exemplos:

- O Polocentro (programa criado pela Ditadura Militar para expansão agrícola no país para a região Centro-Oeste) possibilitou o incremento de novas culturas agrícolas, principalmente em Goiás e Mato Grosso, como a soja e o sorgo (até então desconhecidos na região). Os grandes latifúndios agrícolas surgiram, com benefícios e incentivos da União, dos Estados e dos Municípios (incentivos tributários, Embrapa etc). Até hoje, os grandes produtores rurais mantém suas atividades, muito por conta dos financiamentos no Banco do Brasil subsidiados. Então, agro liberal é conversa para boi dormir (em qualquer lugar do mundo: nos EUA, os produtores de milho e de soja recebem benefícios públicos);

- Servidores públicos concursados defendendo o tal estado mínimo é de uma idiotice sem tamanho. Até porque a proporção entre servidores públicos e população no Brasil é menor que nos Estados Unidos e França, por exemplo;

- Indústrias ampliam seus polos produtivos sempre com benefícios fiscais, com terrenos doados pelo Estado.

Liberalismo, neoliberalismo, ou como queiram chamar, é uma falácia, que é cientificamente comprovado como inconsistente (Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia) e insustentável. A despeito disso, vemos vários pseudocientistas econômicos a defender o indefensável. Mas, no Brasil, é de rir (ou seria de chorar?), vermos empresários defendendo o neoliberalismo e, logo em seguida, reclamando da falta de incentivo do Estado.

Joaquim Lutero
Enviado por Joaquim Lutero em 22/08/2023
Reeditado em 22/08/2023
Código do texto: T7867400
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