RUÍNAS DO MEU SER

 

 

Tudo parece ser tão difícil, não consigo chegar ao fim do túnel, aquela luzinha que vejo lá no fundo parece não querer que eu chegue até ela, porém eu a vejo lá longe, um longe que torna-se praticamente impossível de alcançá-la.

 

Mas eu estou aqui firme e forte, pelo menos é assim que tento pensar, mesmo sabendo que as coisas estão complicadas, o tempo passando, eu mal acostumado, no entanto tentando entender a mim mesmo as razões deste meu desespero.

 

Estou um caco, é isso mesmo, estou sem forças para qualquer tipo de reação. Fisicamente estou me sentindo uma sucata, um objeto sem forma precisa e sem recuperação. Sabe, nem sei mais o que dizer de mim, mas vou me esforçar, me abrir e falar da minha realidade.

 

Meu corpo está praticamente aos frangalhos, o tempo se encarregou de modificá-lo, de deixá-lo quase inservível para as tarefas outrora necessárias para o seu bom funcionamento. Funcionou bem, isso não posso negar, mas como eu disse antes, o tempo sacaneou comigo, me enfraqueceu e me pôs em off.

 

O coração bate com menos intensidade, às vezes fico pensando que ele vai parar e me deixar inerte para sempre. A força física através dos braços não é mais a mesma, reage muito pouco a um simples levantamento de peso, uma lástima. Isso me aflige sobremaneira, mas a vida é assim mesmo, ninguém nasceu para semente.

 

As pernas já sentem as dificuldades para locomoção, o cansaço chega rapidinho, andar ligeiro nem pensar, tenho que ter paciência para chegar em determinado lugar. Ah! Como gostaria de chegar rapidinho nos lugares sem precisar ficar parando aqui e acolá para descansar!

 

Meu ser está se sentindo cansado, essa é a realidade, já deu tudo que tinha de dar. A idade está avançando gradativamente e eu insistindo em querer enganar a mim mesmo. Pobre de mim, na verdade não estou enganando, eu sei disso, é apenas uma estratégia para continuar vivendo com dignidade.

 

A vista reage como pode com ajuda de um par de óculos, pelo menos dar para ler quase tudo com perfeição. A catarata já me visitou e foi expulsa pelo profissional oftalmológico, que bom! Mas tudo tem um limite, uma condição. Não tenho o que reclamar por enquanto.

 

A mente, coitada, mesmo em boas condições de funciomemto tenho que cuidar bem dela, pois se perdê-la é caixão e vela preta, por isso que estou sempre escrevendo, ativando a memória em busca de algo para agradar meus leotores que até agora não reclamaram de mim. Estou indo bem, assim penso. Mas de qualquer maneira, quer queira, quer não, estou em ruínas, essa é a verdade.

 

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Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 21/08/2023
Reeditado em 21/08/2023
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