Analfabetismo funcional
Era uma vez um mundo onde as palavras perdiam seu verdadeiro valor. Eram agrupadas sem sentido, sem coerência, sem significado. As letras se juntavam em páginas vazias, formando um emaranhado de símbolos desconexos. Esse era o mundo do analfabetismo funcional. Nesse lugar estranho, as pessoas viam as letras, mas não as entendiam. Olhavam para os textos, mas não conseguiam decifrar as palavras. E assim, se perdiam em um mar de informação, sem conseguir compreender o que estava escrito nas entrelinhas. As ruas estavam repletas de placas com avisos importantes. "Cuidado, piso escorregadio", "Entrada proibida", "Parada obrigatória", mas as pessoas passavam por elas desapercebidas. Eram como cegos em um mundo de sinais visíveis. Nas escolas, as crianças aprendiam a desenhar as letras, a repetir seu som, mas nunca eram estimuladas a entender o poder que aquelas palavras tinham. Não se ensinava a interpretar os textos, a mergulhar nas histórias e tirar suas próprias conclusões. Era um ensino mecânico, sem vida, sem alma. E assim, o analfabetismo funcional se instalava como uma névoa corrosiva. Afetava crianças, jovens e adultos, impedindo-os de se expressar, de se comunicar plenamente, de compreender o mundo e suas nuances. Porém, nem tudo estava perdido. Haviam aqueles que ousavam desafiar esse sistema perverso. Eles se armavam de livros, de canetas, de papéis em branco e se aventuravam na busca pelo conhecimento. Eram os escritores, os pensadores, os poetas.
Eles não aceitavam viver em um mundo onde as palavras fossem apenas um amontoado de letras. Eles se dedicavam a dar vida a essas letras, a tecer histórias que emocionassem e fizessem pensar. Eram como pequenos faróis, guiando aqueles que se perdiam no mar dos símbolos inescrutáveis. E com o poder da literatura, esses escritores traziam a esperança de um mundo melhor. Através dos livros, palavras antigas ganhavam vida novamente. Era como se cada página escrita renovasse as esperanças de um amanhã mais letrado, mais consciente, mais crítico. E assim, aos poucos, o analfabetismo funcional começou a dar sinais de enfraquecimento. As pessoas perceberam que não bastava ler, era preciso compreender. Era preciso aprender a explorar os tesouros escondidos nas palavras. Desse modo, as ruas se encheram de um novo movimento. Mais pessoas buscavam entender o que estava escrito, questionar, debater. Os livros voltaram a ser companheiros inseparáveis e o conhecimento foi valorizado. No final, o analfabetismo funcional foi derrotado pela força daqueles que ousaram desafiar a ordem estabelecida. As letras encontraram seu verdadeiro valor, as palavras foram resgatadas de seu exílio e o mundo se transformou em um lugar onde todos podiam se comunicar, se expressar e, principalmente, compreender.