“Aos que vão Nascer”
HOJE amanheci meio tipo jururu, sentindo uma melancolia danada, achando que todos somos impotentes para vencer as armadilhas do destino é o mal do egoísmo, uma espécie de sentimento de desalento que amplia os problemas e incomoda demais. Busco na leitura de poemas alento para retemperar as forças. Acho que a poesia ilumina mente e acalma o coração. Ela consegue apaziguar a alma,
Então procurei um poema que gosto muito, da autoria de Bertolt Brecht, “Aos que vão Nascer”. Transcrevo o poema:
“Vós que vireis na crista da maré/ em que nos afogamos,/ pensai/ quando falardes em nossas fraquezas,/ também no tempo sombrio/a que escapastes.// Vínhamos nós então mudando de país mais do que de sapatos,/ em meio às lutas de classes, desesperados,/ enquanto apenas injustiça havia e revolta nenhuma.// E entretanto sabíamos:/ também o ódio à baixeza/ endurece as feições,/ também a raiva contra a injustiça/ torna mais rouca a voz. Ah, e nós, / que pretendíamos preparar o terreno para a amizade, / nem bons amigos nós mesmo pudemos ser./ Mas vós, quando chegar a ocasião/ de ser o homem um parceiro para o homem,/ pensai em nós com simpatia”.
Bom domingo para todos. Que Deus nos proteja. William Porto. Inté.