O amor não acaba, o amor muda

Era só mais uma segunda-feira da rotina, estava na aula de Sociologia do Direito, a primeira aula do dia! Aquela clássica disciplina que elenca um espaço para amplos debates, seja no ensino médio ou superior. De repente, em meio a um emaranhado de assuntos e inúmeras falas, a professora faz o seguinte comentário: "Um dia o amor acaba. Na verdade, o amor não acaba, o amor se transforma". E como isso iluminou o meu entendimento. Trouxe clareza. Trouxe à luz questões que por muito tempo para mim fugiam ao controle de qualquer explicação. E como é verossímil com a realidade. Já vivi isso, e pensei que o amor acabou. Acho que o amor não se esgota, porque o amor não é um recurso finito da natureza, tampouco resíduo que sofre degradação. Talvez certos amores passem por processos de transferência. A título de exemplo, posso citar um que eu tive. Foi o primeiro, nasceu de uma paixão, paixão essa que foi desencadeada num curto lapso temporal em um belo e duradouro relacionamento que perdurou por 2 anos. Todavia, acabei descobrindo que aquele amor romântico se transformou em um sentimento de amizade e companheirismo. Foi horrível, porque eu fiz alguém sofrer, mesmo que não intencionalmente. Por ironia do destino, eu não me via mais apaixonada logo pelo cara legal para caramba (não que ele também não tivesse cometido seus excessos ao me tirar um pouco o espaço querendo sempre estar perto, mas ele foi excelente, literalmente um exemplo de pessoa que só queria me ver bem). Enquanto eu não nos desejava mais como um casal, ele tinha o mesmo sentimento do começo e alimentava todos aqueles sonhos enumerados lá na receita cultural: noivado, casamento, filhos... Mas eu não me arrependo. Eu só fui verdadeira, e encontrei uma oportunidade para me reinventar e seguir os meus sonhos. Acho que foi isso, o amor se transformou. Pelo menos para sempre terei respeito pela história que vivemos e construímos. E acho que essa tese que diz que o amor se transforma não é nem um pouco descartável.