E QUANDO O DIA FOR DE CACTO, LEMBRE-SE QUE ELE DÁ FLORES

E Quando o Dia For de Cacto, Lembre-se Que Ele Dá Flores

(Vento Lusitano)

Em final de tarde, próximo à praça central, de forma casual me deparei com meu amigo Tóta. Fazia tempo que não o via, ele sempre está viajando, é representante de vendas de uma indústria de bolachas. Após os cumprimentos o indaguei como estava indo às vendas. Com uma expressão aborrecida ele respondeu: - “Está difícil, muito difícil, complicado. Inclusive não sou mais vendedor de bolachas, na teve outra saída.” Eu de imediato perguntei. - “O que aconteceu?” - Ele respondeu: - “Como a coisa ficou bem difícil acabei comendo o próprio mostruário.” Com a “pérola” da resposta não teve outro jeito acabei rindo rsrsrs, ou melhor, nos dois rimos rsrsrrs. Claro! Menos mal, eu sabia que a resposta dele era só uma brincadeira. Meu amigo sempre foi espirituoso, brincalhão.

Em continuação a conversa Tóta completou: - “A gente brinca, diz tantas coisas que não quer dizer, mais a verdade é que as coisas não vão bem, vivenciamos um período complicado em vários sentidos. No entanto, não podemos esquecer que “quando o dia for de cacto, nos lembremos que ele dá flores.” Disse ele ainda: - “Cactos são plantas espinhentas que conseguem sobreviver em ambientes extremamente quentes ou áridos, pelo fato de terem a capacidade de acumular água em seus tecidos. Devemos ser cactos em nosso dia a dia e resistir, no entanto, florescer quando chegar a hora ... pois nem tudo ... são flores. É preciso compreender a funcionalidade dos espinhos para admirar as belezas dos cactos.” “Pois até mesmo nos desertos da VIDA DEUS faz florescer.”

Nesta altura da conversa, meu amigo pediu licença dizendo que precisava ir e se despediu, dizendo que havia ido ao supermercado comprar uma garrafa de vinho, pois à noite no jantar pretendia tomar uma ou duas taças de vinho. Finalizou ele: “Goetthe - Dizia” - “O vinho alegra o coração do homem, e a alegria é a mãe de todas as virtudes”.

Após todas estas frases de meu inspirado amigo, vendo ele se distanciar, lembrei do que diz o poeta: - “Quem sabe ouvir, tira lições até do silêncio”. Realmente na vida existem encontros providenciais. Pensei ... lá vai não mais um vendedor de bolachas, mais um filósofo, carregando consigo uma garrafa de filosofia liquida.”