Caminhar
Ainda é inverno e os dias estão frescos.
Depois de um dia estressante no trabalho, decidi que iria pegar o cachorro e sair para passear, fazia muito tempo que não fazíamos isso.
Eu parei porque ele me causava muita vergonha na rua, me puxava desesperadamente e ficava muito ansioso, e urinava e defecava em todo o canto.
Mas neste dia, com vergonha ou não eu disse que sairíamos. Peguei ele, coloquei o peitoral, peguei uma varinha e fomos.
E pra minha surpresa, ele caminhou como um cachorro educado. Andou junto, não fez sujeira na rua e ficou muito comportado. E eu pude relaxar e olhar a paisagem.
Adoro andar pelo bairro vizinho, as ruas são tranquilas, posso olhar melhor a natureza e me senti agraciada por morar em um lugar com vista pras montanhas.
Atravessamos à ponte sob o rio. Ele adora esse pedaço, eu digo:_ Sobe! E ele sobe no meio fio da ponte e vai rebolando o rabinho até o fim.
Voltei desse passeio e me senti revigorada.
No dia eguinte, saímos de novo. Desta vez eu peguei uma bandana que tinha comprado pra ele na última viagem. Ele nunca me deixava colocar porque mordia o pano. Então esperei sairmos à rua e quando vi que ele estava distraído, coloquei nele.
Ainda andamos com medo dos cachorros da rua, mas ele se comportou melhor que eu.
No terceiro dia, saímos novamente, desta vez ele deixou colocar a bandana em casa mesmo e esperou pacientemente por minha mãe, que também iria conosco.
Fiquei tão orgulhosa do meu cachorrinho!
Nos demais dias não saímos, o tempo virou e começou a chover. Estou ansiosa pelos dias de sol, para continuarmos nossa meta de passeio.
O mais engraçado é que, ele já conhece o caminho de ida e volta, e quando se sente cansado ele mesmo decide que é hora de voltar, me puxa em direção ao outro lado da rua, e então eu já sei que é hora de ir para Casa.
Ele é terrivelmente meticuloso, outro dia decidi voltar pela calçada do posto de saúde, pois na outra por onde sempre voltávamos havia um senhor sentado , e eu não queria incomodar passando com ele bem perto, então, mesmo sentindo ele puxar a guia, eu continuei em frente até que, senti uns dentinhos e uma língua babada no meu joelho, e era ele me olhando como quem diz:_ Errou o caminho foi?! Então atravessamos como sempre fazíamos e chegamos em casa!
Ele bebeu sua aguinha e foi pra casa descansar, e eu, fiz o mesmo.