Essa foto tem quase 60 anos. Fico pensando o que passava naquela cabeça, quais eram os acordes que empurravam seus sonhos, quanto impulso estava sendo aquecido pra seguir em frente, seja lá pra onde fosse. Fico pensando naquele moleque no seu Grupo Escolar, na Vila Clementino, São Paulo, entrando na briga da vida todo desarmado, todo inseguro, tateando cada pedaço do seu chão pra ver se dava pra chegar perto e até pisar. Fico pensando se ele imaginaria que, quase 6 décadas depois, ele mesmo se olharia emocionado e feliz. Mal imaginaria o tanto que seria revirado na sua alma viver suas aventuras que lhes foram traçadas. Daquele mundo de 1964 pouco restou em mim. O menino se fez homem, se fez marido, se fez pai, se fez profissional das letras. Se pudesse voltar a ficar atrás daquela bandeirinha do Brasil e fosse recomeçar a jornada, não procuraria outros atalhos e nem outros chãos,