Parece Ficção
NUNCA escondi minhas ideias. Na defesa delas sou até veemente, mas sem perder jamais o senso crítico e nem negar o óbvio ululante. Na verdade sou um eterno dissidente. Um contracorrente. Um chato. Não nasci para ser Maria-vai-com-as-outras.
Vejam bem, se o lado que defendo comete algo que vai de encontro e fere meus princípios, discordo na hora que nem caldo de cana. E não escondo. Não me calo.
No entanto, estou perplexo com algumas pessoas que sei que são sérias mas estão tentando não apenas minimizar mas até desculpar e negar absurdos e atos praticados contra a democracia. Detalhe: esses atentados foram levantados e descobertos pela polícia federal e estão documentados por gravações dos próprios acusados. O mais recente. De um ex chefe da polícia ridoviaria que já está preso na Papuda é de arrepiar. Vai chover delação premiada que vai desaguar em quem arquitetou o golpe fracassado. Há fatos reais que são tão absurdos que até parece ficção. Mas não custa lembrar a frase de Huxley: “A grande dificuldade da ficção é que ela precisa fazer sentido; a realidade não”.
Convém não se calar é muito menos endossar golpes contra a democracia. William Porto. Inté.