Ser escritor é ofício, é encargo, é benção, é celebração,
brincar com as palavras traduz uma alegoria insana,
revirar do avesso o que elas sentem, respiram e dissimulam,
traduzir o que seus poros escondem só para si.
Ser escritor é virar o mais gostoso de Deus,
é desvendar a alquimia que permeiam os corações,
desembaraçando os fios que prendem a alma no vazio.
Escrever faz sentir as dores do parto, os berros do medo,
as sombras da solidão, os rincões da vitória.
Cada empreitada é voo cego, lindo e delicioso,
privilégio que dá gosto degustar, celebrar, alforriar e, sobretudo, merecer.