A IDEOLOGIA DO MOMENTO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Infelizmente o homem mesmo com o uso de todas as ferramentas tecnológicas e ou não, do tipo inteligência artificial, redes sociais, etc, ainda que por analogia, continua vivendo em crise interior e ou existencial, tamanha é sua própria inaceitação de si por si mesmo, não importa que esteja no meio das multidões, porém sem interação social porque encontra-se preso em si mesmo, ex-vi, por exemplo, frequentar um estádio de futebol com milhares de pessoas e ele, o homem enquanto indivíduo de direitos e obrigações, continua só e somente só com seus problemas no escuro interior, não obstante se encontrar à luz do sol do meio dia.
E assim vai também ser em qualquer outra massa em que se encontrar, continuará a alimentar e a ampliar sua frustração e a crise existencial.
O homem não tem com que livrar-se do monstro interno da ignorância de si próprio, mesmo estando em família e no meio das multidões. E não é diferente se o homem desfruta de todas as informações sobre atos, fatos e fakes, no tocante ao seu entorno e do mundo, ele continua só, ninguém é de ninguém.
É bom saber que as informações parecem que são infinitas, porém, isso é mera ilação, ilusão da ideologia do momento.
O acesso ao mundo em todos os sentidos é amplissimo, porém, não é tudo, o homem continua só, via sua crise existencial, sempre a procura sei lá o que e mesmo assim não se satisfaz e ou não encontra dentro de si mesmo o que tanto procura e almeja.
Não é de se espantar que a solidão moderna ou contemporânea do século XXI, nada tem haver com a distância física, isto é se de está perto e ou se está longe do outro.
Assim, trata-se direta e indiretamente da solidão existencial, inclusive na própria maneira de ver e enxergar o mundo, seu entorno e a si por si próprio.
Não é por acaso que o homem continua a insistir e viver sufocado na própria alma, inclusive pensando como os outros pensam, isso equivale dizer que não tem ideia e ou pensamento crítico de si mesmo e do grupo do seu entorno.
E até porque quem assim se mistura com os outros ou massa passa a aderir ou aceitar os mores e tudo mais que fazem e usam para ser aceito no grupo, o pensamento é grupal, inclusive no modo vestir e de falar, porque pensar, ser e agir diferente é impossível permanecer no grupo, ex-vi sua ideologia de momento.
Então, mais mesmo assim continua o homem, enquanto sujeito, só e somente só com seus problemas existenciais que não são poucos.
Haja crise de sofrimento interno e identidade de autoaceitação.
E a ilusão continua, porque quanto mais se esforça o homem para fazer parte do grupo e do mundo do momento, mais longe fica, ex-vi a frustração inevitável aos olhos da própria sociedade.
O mundo é realmente diferente, assim como o homem em seus anseios e quereis, o modelo social e cultural é instável, onde tudo se desloca sem dizer para onde e nem quando. Diante disso, o homem não consegue acompanhá-lo, ex-vi às mudanças relâmpagas e contínuas.
Não adianta o homem parecer com o mundo, porque ele continua a se afastar e ou a se distanciar, assim o indivíduo é sempre ignorado, inclusive no tocante aos desejos e padrões sociais, culturais e esportivos.
A escuridão interior do homem continua cada vez mais profunda e ignorante.
Enfim, a grande e quiçá realização efetiva em termos de autoconsciência é que o homem continua no meio da massa, da multidão e das redes sociais, porém, vivendo na solidão de si por si, procurando nos outros o que ele não acha nele próprio.