Meus maiores erros

O italiano Niccolò Machiavelli dizia que as conquistas e as glórias todo mundo conta, mas os erros quase ninguém o faz, e o mesmo afirmava que temos no mínimo, a obrigação de escrevê-los, para que outras pessoas possam ter o benefício de não repeti-los.

Cometi muitos erros, e os mais graves aconteceram nas tentativas frustradas de ajudar outras pessoas, tomando em meus ombros, suas cruzes, ou seja, executando tarefas que lhes cabiam ou emprestando e até dando valores materiais, e esse tipo de ajuda inutiliza o suposto beneficiado tornando-o viciado e por fim, se transformando em seu desafeto, tão logo o suposto benefício seja reduzido ou negado.

Descobri tarde meu engano, mas a tempo de não estragar meus próprios filhos, e já rezo pedindo a Deus sabedoria para ajudar corretamente desde os trinta anos de idade.

Mas meu primeiro e grande erro, aquele que ainda hoje me provoca estragos no corpo e na alma, foi querer fazer tudo certo, e não me dá o direito natural de errar e aceitar os erros, traduzindo, fui extremamente arrogante, orgulhoso e vaidoso.

Meu segundo maior erro foi e ainda é, a falta de humildade suficiente para me perdoar, para aceitar que sou um ser humano capaz de ter muitos acertos, mas que comete enganos ou até erros grosseiros na busca de fazê-los acontecer, e com isso, aceitar melhor e nem ter que me perdoar, uma vez que veria os erros com naturalidade.

Meu terceiro e grande erro foi ajustar minha visão dos próximos para a pior, e assim evitar decepções em relação as expectativas que criava em relação a eles, em lugar de me ajustar para aceita-los como pessoas que possuem qualidades e defeitos. Não surpreenderei ninguém se afirmar que tive decepções com pessoas muito acima da média em competência e virtudes, por uma culpa exclusiva da minha falsa visão perfeccionista.

Graças a Deus, nunca rompi com ninguém, e é tentando ver o lado positivo dos meus enganos que estou me ajustando para ter uma vida melhor, e estou quase chegando lá, só falta um pouco mais de humildade...