LINHA DO TEMPO
Não existe uma definição que esclareça o conceito do que venha a ser linha do tempo.
O tempo é tão importante em nossas vidas que os antigos gregos lhe deram a categoria de deus, o nome Cronos e nem mesmo Zeus, o deus supremo, estava livre dos seus efeitos.
O tempo é como um rio que nem mesmo as barragens podem impedir a sua marcha e, como as águas que passaram, os momentos nunca mais retornarão como salientou o filósofo Heráclito “é impossível entrar no mesmo rio duas vezes, pois o mesmo está em constante mudança assim como tudo no universo”.
A literatura está repleta de belos textos saudosistas, enaltecendo os tempos idos, supervalorizando-os frente aos dias atuais e em todos eles revelam-se os desejos do retorno e de novamente desfrutar daqueles momentos de prazer.
Mas na prática a realidade é bem outra, pois visitar antigos locais é substituir a saudade pelo vazio da decepção.
Aquele colégio da infância ou adolescência quando visitado na idade adulta, causa um tremendo desconforto aos sentimentos, porque tudo está diferente.
Onde estão os antigos professores, os colegas, aquelas bancas em que os dias escorriam céleres, as cores das paredes, os móveis de aspecto austero, os sons... principalmente os sons, esses já não mais existem pois não ficaram impregnados nas paredes que os reverberavam.
As antigas ruas do bairro estão com novas fisionomias, as casas e seus moradores, foram substituídos por prédios ou lojas aonde vivem ou trabalham estranhos que nunca nos viram nem nós os vimos, pois, o tempo alterou tudo.
O tempo modifica os ambientes, as pessoas e a nós.
Hoje, não mais estamos como éramos há bem pouco tempo.
Mudamos nossa maneira de ver e analisar os fatos e com isso, valorizar ou desvalorizar coisas ou pessoas.
O ontem pode causar prazer ou vergonha, mas é imutável.
Deve alimentar museus ou institutos históricos, deve servir de exemplo, para o bem ou para o mal, mas por ser passado deve ser colocado na prateleira adequada porque a vida ocorre hoje.