Influência
Confesso que alguns modernismos me atraem pela curiosidade que envolvem.
Para começar, me refiro a recente e bem sucedida profissão de “influencer”, que, em bom português, nada mais é do que uma pessoa, que se propõem a influenciar.
Acontece que, em tempos passados, porém nem tanto, os influenciadores pertenciam ao nosso círculo familiar ou ao mini circulo das nossas relações humanas.
A influência mais importante se dava em rodas de chimarrão ou reuniões, nas quais as histórias de pai, mãe, avós e tios eram contadas e delas se extraía o bom e o ruim, como exemplo a seguir ou evitar, respectivamente. À época da escola os personagens da professora e dos colegas preenchiam as lacunas com suas referências.
É mas os tempos mudaram.
Atualmente a influência vem dos canais de mídias eletrônicas, por meio da imagem e da criatividade de pessoas, que se especializam em mensagens diretas ou indiretas. O curioso é que, alguns apenas “estouraram” nas telinhas, pela imagem ou pela exploração de assuntos de interesse específico de grupos e tribos.
Bem, que alguns influencers estudam para exercer sua profissão é verdade, mas que uma grande maioria só foi na onda e se deu bem, também é verdade. A mídia relata histórias de influenciadores, que ficaram milionários da noite para o dia e de alguns, que em tempo recorde posterior ao estouro, perderam tudo que conseguiram.
Conversando com um amigo fiquei sabendo, que existem alguns pré-requisitos fundamentais para se dar bem como influenciador, ou seja, boa imagem perante as câmeras, domínio sobre os temas, rápida capacidade de improvisar diante das eventualidades, além de conhecimentos sobre o marketing de produtos vendáveis embutidos na mensagem, mesmo que seja num simples vídeo de fazer pipoca caseira.
Embora o assunto veiculado possa ser uma chatice ou besteira, o balizador do sucesso do influencer é o contador de visualizações.
Quem viu ou ouviu e o que achou não interessa muito.
O princípio do contador de visualizações se baseia em números e números representam faturamento, sendo a monetização o pagamento do influenciador.
Uma amiga estudante de Marketing e Propaganda contribuiu dizendo, que o sucesso das visualizações depende de um trabalho minucioso de pesquisa de assuntos e opiniões, montagem de equipe, cenários e textos, bem como capacidade de empatia do influenciador na hora de dar o recado.
No mundo da telinha, o conceito de beleza, popularidade, extravagância ou esperteza, às vezes, perde para a feiura, honestidade, humildade e empatia, basta saber aproveitar a “hora do estrelismo”, ou seja, aquela hora mágica na qual a atuação do influenciador eleva a audiência.
É minha opinião, que o diferencial entre os influenciadores antigos e os atuais, reside no fato de que a influência de antes era totalmente gratuita e a de agora é vendável.
Aqui, nesta despretensiosa crônica não desfaço do trabalho dos influencers, apenas espero que a influência seja honesta, bem fundamentada e responsável.
Que os tempos mudaram todo mundo sabe, porém é preciso saber conviver com o modernismo, que, aos poucos, vai sepultando o passado, sem perder a essência, que no fundo é sempre a mesma, “vender” literalmente uma ideia.
A conferir...