Força Estranha
CONFESSO que não sou religioso, mas me considero cristão. Dispenso qualquer intermediário para exercer meu cristianismo. Por quê? Porque sigo o conselho de Mestre Jesus que disse para rezar sozinho e com a porta do quarto trancada. De religiosos só admiro e louvo o papa Francisco. E priu.
Conheço - e convivo - com religiosos, mas detesto discutir religião, não participo desse papo. Fico só ouvindo. Às vezes Rio disfarçadamente, principalmente quando os debatedores dizem excitados que amam Deus sobre todas coisas, mas, na verdade eles sentem mesmo é medo de Deus. Repito: medo de Deus. Nunca revelam isso. De jeito nenhum. Ora, que mal haveria em confessar o que é óbvio e ululante, o medo de Deus? É esse medo que segura a claudicante paz e uma certa tranquilidade das pessoas. No mundo todo. Acho que Dostoiévski acertou na mosca: - Se Deus não existisse tudo seria permitido. Ele foi ao ponto: sem o medo de Deus só haveria o caos. Não estou negando o amor a Deus, apenas afirmando uma verdade: o medo que sentem dos castigos de Deus que sustenta o mundo.
Tem mais: o homem pode avançar muito e até brincar de Deus com a técnica, tentando competir e compreender o impossível porque jamais a criatura vai compreender o Criador. Deus é uma Força Superior, nunca vamos desvendá-la. Gosto muito da canção Força Estranha., de Caetano Veloso. Ele acertou em cheio com o problema. Deus é mesmo uma Firça estranha à nossa compreensão. Todos amamos Deus mas temos também medo. É esse medo, repito, que ainda segura o mundo. William Porto. Inté.