LÁ E CÁ
Francisco de Paula Melo Aguiar
É a dança de acordo com a música.
A música real daquela que se toma mais uma.
A saideira de fim de festa.
Da mesa cheia de amigos e amigas de todos níveis e naipes conhecidos ou não.
E com o andar da carruagem festeira, toda música que toca já é a música da vida de alguém que já demonstra que está para lá e cá chamando cachorro cacho.
Aí começa o vou ao banheiro, volto já.
O lá é cá para olhar se aquela pessoa já veio.
E o fuzuê nem começou ainda.
E o banheiro da barraca festeira vira mar.
Isso porque a água que passarinho não bebe quando sobe para a cabeça é um Deus nos acuda, só tem gente rica, de família importante, que você não sabe com quem está falando, aí começa o quebra-quebra.
A turma desaparece na confusão e o dono da despesa também, fica o prejuízo para o dono da barraca.
E o lá é cá tem papo para baixar avião imaginário sem aeroporto.
O tira-gosto é a vida de grandeza e de pobreza do rico de dívidas e sonhos irrealizáveis.
No outro dia, só se escuta o liso dizer para o outro, fui para a festa sem um centavo de real no bolso, bebeu e farrou à noite toda e ainda voltou com setecentos reais e dois celulares.
Lá e cá, deu baque em quem encontrava e puxava conversa dizendo que saiu de casa apressado e deixou a carteira.
Lá e cá é análogo ao céu para onde todo mundo que ir más não quer morrer.
Tudo chaveco de lá e cá, o cara é mala e maleta "vendendo" suas tretas.