LÁ E CÁ

Francisco de Paula Melo Aguiar

É a dança de acordo com a música.

A música real daquela que se toma mais uma.

A saideira de fim de festa.

Da mesa cheia de amigos e amigas de todos níveis e naipes conhecidos ou não.

E com o andar da carruagem festeira, toda música que toca já é a música da vida de alguém que já demonstra que está para lá e cá chamando cachorro cacho.

Aí começa o vou ao banheiro, volto já.

O lá é cá para olhar se aquela pessoa já veio.

E o fuzuê nem começou ainda.

E o banheiro da barraca festeira vira mar.

Isso porque a água que passarinho não bebe quando sobe para a cabeça é um Deus nos acuda, só tem gente rica, de família importante, que você não sabe com quem está falando, aí começa o quebra-quebra.

A turma desaparece na confusão e o dono da despesa também, fica o prejuízo para o dono da barraca.

E o lá é cá tem papo para baixar avião imaginário sem aeroporto.

O tira-gosto é a vida de grandeza e de pobreza do rico de dívidas e sonhos irrealizáveis.

No outro dia, só se escuta o liso dizer para o outro, fui para a festa sem um centavo de real no bolso, bebeu e farrou à noite toda e ainda voltou com setecentos reais e dois celulares.

Lá e cá, deu baque em quem encontrava e puxava conversa dizendo que saiu de casa apressado e deixou a carteira.

Lá e cá é análogo ao céu para onde todo mundo que ir más não quer morrer.

Tudo chaveco de lá e cá, o cara é mala e maleta "vendendo" suas tretas.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 31/07/2023
Reeditado em 31/07/2023
Código do texto: T7849993
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