ROSA COM OUTRO NOME
Prof. Antônio de Oliveira
Se a gente der à rosa outro nome, será que ela muda de perfume? Indaga William Shakespeare. O mundo se nos apresenta dentro dos limites de nossa linguagem que, por sua vez, denotam os limites do nosso mundo (tradução livre de uma frase de Ludwig Wittgenstein). Um trecho pinçado do discurso de Vergílio Ferreira ao receber o prêmio Europália: “Uma língua é um lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir”. Anatole France compara um dicionário a um universo em ordem alfabética.
Questionável, “data venia! o entendimento de “língua como um lugar donde...” Creio que, no Brasil, diríamos “Uma língua e os dialetos mediante os quais as pessoas se comunicam, em determinados territórios e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir”.
Justamente a língua, um dos pilares da nacionalidade, aqui e em Portugal, com seus diferenciadores, cá e lá, no Jardim d’Europa à beira-mar plantado... Um anão se atrevendo a questionar gigantes da língua... Ousadia? Não. Vontade de aprender. E a rosa, mudando de nome, mudaria de perfume?
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