CURRICULUM MORTIS
Quando o Mario Sérgio Cortella, que foi Secretário de Educação da cidade de São Paulo, na gestão da Luíza Erundina, recebia de algum candidato para trabalhar na sua Secretaria o Curriculum Vitae, logo em seguida lhe pedia o Curriculum Mortis. Queria saber o descritivo dos seus erros de percurso, fracassos e situações adversas ao longo da vida. A maioria alegava não lembrar de nada relevante e se fixava nos pontos positivos descritos no CV. Estes o Cortella normalmente não contratava. Já os que contavam experiências malsucedidas, derrapadas pessoais e profissionais, tinham mais chance de fazer parte da equipe. Afinal haviam compartilhado “caminhadas” que não deram certo e como reagiram naquela situação. Ter coragem pra assumir todo o histórico, com seus enredos bons e ruins, trunfos e rebarbas, é ato de coragem, transparecendo a verdade do que somos, especialmente se as coisas não saíram exatamente como desejado.