Dia do escritor
Dias estes em que me pego escrevendo, mais do que de costume até... alimentando a minha fé, permaneço de pé, mesmo que as incertezas tentem derrubar-me... mas sinto que não estou sozinha nesta empreitada, acato a missão que me foi dada...vejo tanto outros irmãos semelhantes a mim... cada um com sua escrita, bem peculiar, cada qual escrevendo à partir das suas percepções, do olhar apurado de enxergar a vida, deixando a essência aflorar e comandar; sim,e por que não?...é ela quem assume a direção, somos por ela conduzidos, somos por ela rendidos, voluntariamente...e tudo que a gente sente é um novo motivo para continuar a escrever e não esmorecer, numa época em que mais do que nunca, temos que alimentar nossa centelha, com chamas altas, vigilantes para que nada venha apagá-la, precisamos dela para nos aquecer, a frieza está dispersa por toda a parte, esperando um descuido,uma brecha qualquer para fazer parte de nós...mas seguimos resistindo, relutar é o que nos fortalece, escrever é o que nos move, a escrita é a nossa contribuição para essa guerra, é a nossa forma de se desARMAR sem estar ArMAdo...sem sequer ser amado...nas trincheiras sólidas (e solitárias), insólitas do AMAR... nossas balas são letras enfileiradas, de mãos dadas ou não... esparramadas, dispostas na horizontal ou na vertical (acróstico),não importa, importa mais que atinjam vários corações, abatendo todas as aflições. Eu escrevo para não morrer... sufocada pelas minhas palavras, entaladas na minha glote... reverberando em minha mente, descompassando meu coração... berrando dentro de mim... incitando minhas mãos.