Pra não dizer que não falei delas
Quando criança fui muito feliz. Uma espiga de milho de cabelos louros, ruivos ou preto, e meu mundo imaginário era o mais perfeito de todos os mundos . Minha linda boneca de colo... ali exercitava o instinto materno com alegria e pureza de coração. Já, minha filha, teve Barbies de todos tipos, perfeitas... padrão da beleza americana : louras, olhos azuis, seios fartos, quadris largos, sem espinhas, sem nariz torto, sem miopia, sem obesidade , sem cabelos ralos, sem qualquer deficiência fisica, sem qualquer defeito, perfeitas . E traziam os acessórios da riqueza: uma coleção de vestidos chiques , de princesas, jipes, bolsas, sapatos de salto, óculos escuros, maquiagens , e até um namorado apelidado de Ken, também perfeito, bem trajado, cabelo à la Elvis, tudo que rendesse muito , mas muito mesmo, aos seus criadores, fabricantes e lojas de brinquedos instaladas nos shopping centers ao redor do mundo. Um marketing arrojado. E as meninas de todo mundo se viciavam nas tais bonecas adolescentes. A cada novo modelo, uma birra, um falso choro para consegui-lo. Hoje a mídia expõe a vida nada perfeita de seu designer .E quem se importa? Tudo é tolerado quando o assunto é o lucro. E a Mattel Films, produtora, em parceria com a Warner Bros Co., distribuidora, viram na boneca, uma oportunidade, um mote perfeito para encher as salas de cinema do mundo, batendo o record de bilheterias , e, claro , encher também , seus celeiros de grana ... muita grana... É triste ver a sétima arte tão empobrecida. Tão prostituída. Vou continuar com minhas doces lembranças , minhas bonecas criadas pela mãe natureza... à época sem agrotóxicos. Hoje eles enchem também, os celeiros das multinacionais.... "money" minha gente, tudo gira em torno dele.