PÉ DE CORUJA (crônica)

Houve uma vez no último inverno...

Aprendi que não se planta Pé de Coruja por semente. Tem que ser por enxerto de muda em noites sem luares, pois com alumbramentos os olhos dos frutos não estrelam e ficam plantas invisíveis.

Se ficam invisíveis só se ouve corujar dando medo de assombração aos desavisados.

Eles me visitaram... O casal pousou e por sete dias ficou. Mantive-me à distância observando-os tão curiosos! Provavelmente descansavam, protegendo-se do inverno ou apenas discutindo a relação, já que não sorriam, estavam sisudos o tempo todo.

Entretanto, como frutos com asas, para a minha tristeza, voaram logo no primeiro dia acalorado do último inverno. O pé? Voltou a ser, apenas, a velha e companheira Goiabeira.

Arabutã Campos
Enviado por Arabutã Campos em 24/07/2023
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