COISAS DA CAPITAL ... E TAMBÉM DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

  Caminhando pelo centro de Belo Horizonte durante esta semana não pude deixar de reparar uma faixa a qu’estava na porta d’uma loja de roupas, onde nela estava escrito:

   “Queimão de inverno, abaixamos as calças, estamos quase dando”.

 

 

   E pelo que pude perceber, muitos estavam batendo fotos (em seus celulares) para registrar, e, muito provavelmente, enviar para amigos e redes sociais, inclusive eu.

   Uma coisa me chamou a atenção além de, é claro, a devida expressão, onde, sob o meu ponto de vista, deve ter sido feito propositalmente, a fim de gerar polêmica, ao que acredito tendo fins de “gozação mesmo”. Raciocinemos: Não teria sido melhor se tivesse colocado "abaixamos o 'preço das calças', a que sairá quase que de graça"? Oh, contudo se a intenção era causar impacto tenho que tirar o chapéu para o dono da loja. E não havia um que não a reparava. Bom, de qualquer forma foi uma propaganda bem criativa.

   Mas, o que me veio também àquela hora foi a expressão “abaixamos as calças", onde fiquei matutando [comigo] se o certo seria “baixamos” ou “abaixamos” mesmo. Coisas, na verdade, de quem gosta de analisar a respeito da “Língua Portuguesa”. E não sei se tal hábito veio d’um sentimento de patriotismo [sei lá!] a respeito da Língua, ou se é uma mania pessoal [a que trago comigo]. Ou da enorme simpatia que tenho pelo incrível poeta português Fernando Pessoa, que certa vez disse: “Minha pátria é a Língua Portuguesa”.

   E então, o correto em dizer seria “abaixar” ou “baixar”?

   Pois bem, buscando em meus livros de gramática pude ver que os verbos “abaixar” e “baixar” seriam considerados, em certos casos, sinônimos, a se concluir que pode ser usado tanto um quanto o outro. No entanto, em determinadas circunstâncias é priorizado o verbo “baixar”, e n'outras "abaixar". Como, por exemplo, na linguagem da Economia, é dito que “a cotação do dólar baixou”. Embora, também se ouve que os “preços de determinados produtos abaixaram”.

   Mas não há dúvida que possam ser colocados ambos verbos (“baixar” e “abaixar”) em outras situações, no que se “bate o martelo” de que são sinônimos, como nas colocações:

   * Fazer-se mais baixo (converter)

   * Pender para mais baixo (inclinar)

   * Subordinação (condição de submissão)

   * Reduzir um volume sonoro (diminuição de barulho ou ruído)

   * Subtração de valores (decrescimento)

   Ou mesmo para a substituição do verbo “agachar”

   E em todos estes casos tanto faz usar “baixar” como “abaixar”

 

    No entanto, a depender da situação (conforme foi dito) há diferença no uso.

   Exemplos:

   * O Governo “baixou” uma nova portaria

   * O sol no horizonte da praia já “baixou”

   * Um espírito “baixou” em fulano de tal 

   E aqui vale lembrar que traduzindo a palavra inglesa “download”, a única forma correta é “baixar”. Como por exemplo: - Irei baixar um programa de computador.

   E aqui, caso alguém tiver dúvidas, basta apenas realizar a outra forma [verbal] onde então poderá comprovar o erro [em sua colocação], no que se verá:

  * O Governo “abaixou” uma nova portaria

  * O sol na praia já “abaixou”

  * Um espírito “abaixou” em fulano de tal

   Perceberam bem?

  

   Bom, mas a verdade é que na devida faixa poucos se importaram com relação ao verbo ou em questões gramaticais, mas, sim, na expressão ali exibida [não sei se foi intencional ou não), que, diga-se de passagem, foi sem dúvida bastante engraçada: “abaixamos as calças, estamos quase dando”. E, no que foi apresentado, em algumas redes sociais já estava gerando muita polêmica. E como estava viralizando nas nelas em função dos aplicativos, pelo número de compartilhamentos que se fazia (e registrava)!

 

 

   Bom, continuei o meu caminho no centro de BH, onde subindo a Rua da Bahia me deparo com dois ilustres personagens a que souberam muito bem louvar a Língua Portuguesa: Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava. Ah se aquelas imagens falassem! Do céu que bem que podia intervir e assim "baixar um espírito" nelas. Eu teria um imenso prazer de bater um bom papo com aqueles caras.

 

 

Carlos Renoir

Belo Horizonte, 23 de julho de 2023

 

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

 

MÚSICA: “FREVO E FOLIA (BALANÇA O SACO)” – Sandro Becker

https://www.youtube.com/watch?v=4VlD3ndk1y8

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

COISAS DA CAPITAL ... E TAMBÉM DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

  Caminhando pelo centro de Belo Horizonte durante esta semana não pude deixar de reparar uma faixa a qu’estava na porta d’uma loja de roupas, onde nela estava escrito:

   “Queimão de inverno, abaixamos as calças, estamos quase dando”.

   E pelo que pude perceber, muitos estavam batendo fotos (em seus celulares) para registrar, e, muito provavelmente, enviar para amigos e redes sociais, inclusive eu.

   Uma coisa me chamou a atenção além de, é claro, a devida expressão, onde, sob o meu ponto de vista, deve ter sido feito propositalmente, a fim de gerar polêmica, ao que acredito tendo fins de “gozação mesmo”. Raciocinemos: Não teria sido melhor se tivesse colocado "abaixamos o 'preço das calças', a que sairá quase que de graça"? Oh, contudo se a intenção era causar impacto tenho que tirar o chapéu para o dono da loja. E não havia um que não a reparava. Bom, de qualquer forma foi uma propaganda bem criativa.

   Mas, o que me veio também àquela hora foi a expressão “abaixamos as calças", onde fiquei matutando [comigo] se o certo seria “baixamos” ou “abaixamos” mesmo. Coisas, na verdade, de quem gosta de analisar a respeito da “Língua Portuguesa”. E não sei se tal hábito veio d’um sentimento de patriotismo [sei lá!] a respeito da Língua, ou se é uma mania pessoal [a que trago comigo]. Ou da enorme simpatia que tenho pelo incrível poeta português Fernando Pessoa, que certa vez disse: “Minha pátria é a Língua Portuguesa”.

   E então, o correto em dizer seria “abaixar” ou “baixar”?

   Pois bem, buscando em meus livros de gramática pude ver que os verbos “abaixar” e “baixar” seriam considerados, em certos casos, sinônimos, a se concluir que pode ser usado tanto um quanto o outro. No entanto, em determinadas circunstâncias é priorizado o verbo “baixar”, e n'outras "abaixar". Como, por exemplo, na linguagem da Economia, é dito que “a cotação do dólar baixou”. Embora, também se ouve que os “preços de determinados produtos abaixaram”.

   Mas não há dúvida que possam ser colocados ambos verbos (“baixar” e “abaixar”) em outras situações, no que se “bate o martelo” de que são sinônimos, como nas colocações:

   * Fazer-se mais baixo (converter)

   * Pender para mais baixo (inclinar)

   * Subordinação (condição de submissão)

   * Reduzir um volume sonoro (diminuição de barulho ou ruído)

   * Subtração de valores (decrescimento)

   Ou mesmo para a substituição do verbo “agachar”

   E em todos estes casos tanto faz usar “baixar” como “abaixar”

 

    No entanto, a depender da situação (conforme foi dito) há diferença no uso.

   Exemplos:

   * O Governo “baixou” uma nova portaria

   * O sol no horizonte da praia já “baixou”

   * Um espírito “baixou” em fulano de tal 

   E aqui vale lembrar que traduzindo a palavra inglesa “download”, a única forma correta é “baixar”. Como por exemplo: - Irei baixar um programa de computador.

   E aqui, caso alguém tiver dúvidas, basta apenas realizar a outra forma [verbal] onde então poderá comprovar o erro [em sua colocação], no que se verá:

  * O Governo “abaixou” uma nova portaria

  * O sol na praia já “abaixou”

  * Um espírito “abaixou” em fulano de tal

   Perceberam bem?

  

   Bom, mas a verdade é que na devida faixa poucos se importaram com relação ao verbo ou em questões gramaticais, mas, sim, na expressão ali exibida [não sei se foi intencional ou não), que, diga-se de passagem, foi sem dúvida bastante engraçada: “abaixamos as calças, estamos quase dando”. E, no que foi apresentado, em algumas redes sociais já estava gerando muita polêmica. E como estava viralizando  nelas em função dos aplicativos, pelo número de compartilhamentos que se fazia (e registrava)!

 

   Bom, continuei o meu caminho no centro de BH, onde subindo a Rua da Bahia me deparo com dois ilustres personagens a que souberam muito bem louvar a Língua Portuguesa: Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava. Ah se aquelas imagens falassem! Do céu que bem que podia intervir e assim "baixar um espírito" nelas. Eu teria um imenso prazer de bater um bom papo com aqueles caras.

 

Carlos Renoir

Belo Horizonte, 23 de julho de 2023

 

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 23/07/2023
Reeditado em 23/07/2023
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