A LINGUA DO POVO
Francisco de Paula Melo Aguiar
A lingua do povo bate onde quer bater, faz o santo virar satanás e vice e versa.
Isso é na política, na religiosidade, na baixa e na autoestima, na frustração pessoal, profissional e emocional.
O mesmo povo que levou Jesus Cristo a cruz é o que clama por ele quando entra em estado de fracasso na prisão ou na doença em cima da cama.
Assim sendo, "é melhor escrever errado à coisa certa do que escrever certo a coisa errada", na visão poética de Patativa do Assaré (1909-2002).
O povo não acredita em ninguém, mesmo assim, escolhe um candidato e vota nele, se eleito vai o mesmo ser desfeito se não levá-lo consigo para governar dividindo suas ações, inclusive os atoa de corrupção, isso porque o eleitor matreiro quer que seja contratado toda sua família para comparecer à repartição apenas no dia de receber o pagamento do erário federal, estadual e ou municipal.
É para contratar até o cachorro vira lata e gato preguiçoso faminto, porque o "mais importante na comunicação é ouvir o que não está sendo dito", segundo o professor e escritor austriaco Peter Drucker (1909-2005).
É essa casta corrupta que não vota em candidato de mãos limpas e que entende que não se faz ordem e progresso empregando sua família, aderentes e camubembes de última hora.
Um homem público honesto, livre e trabalhador é tido como persona não grata pelo eleitor vigarista e oportunista que vende e promete dar o voto até por uma injeção de sal na testa.
É danado que parte do povo se divide segundo seus interesses individuais: uma carrada de barro, um saco de cimento, mil tijolos, uma garrafa de cachaça incha pé, um cigarro de maconha, etc., e assim o país, o estado e o município através de suas receitas tudo pagará para fazer o Fulano de tal ganhar as eleições.
E nada de políticas públicas, basta aliciar ou manipular o eleitorado, fazer projetos milagrosos, receber as verbas federais, gastar o dinheiro nos projetos referidos, sem ferir o chão, daí vem às obras inacabadas de creches, escolas, hospitais, UPAs, cozinha popular, segurança pública, lazer, esportes, teatro, mercados, estradas, ruas e praças, etc., e o povo aliciado e viciado que vá plantar grama que nasce em qualquer lugar bom e ou ruim.
Um homem de bem e de bons costumes é sempre mal visto pelo eleitorado corrupto passivo e ativo na malversação do dinheiro público.
Como assim? Algo análogo a feijão quando posto na panela para ser cozido, o bom afunda, enquanto o podre ou bichado sobe, assim é a preferência do eleitor manipulado por vantagens no dia da eleição, que dá preferência ao candidato vazio de tudo, porém, compra-o com dinheiro e seus derivados.
Pense nisso antes de escolher seu candidato e votar para qualquer cargo público.