um "Doido", uma Preguiça, um Livro...

 

 

Um “doido” (será?) me gritou da porta. Eu estava dentro de meu quarto/escritório com vidro falso, olhando bem na cara dele, parado na porta. Tive preguiça… Eu TENHO preguiça. Fico daqui olhando a convicção das pessoas… Suspirei.

 

Levantei como se houvesse uma mochila em minhas costas, aquele grunhido de quem tá vislumbrando os 40 anos “hnaaahhh...rgg!”… Frio DANAAAADO! Geralmente eu adoro sentir frio mas esses dias?! Vix… Sei lá. Não tô gostando. A vida tá úmida, tá chata (quando o frio e o calor não são reais – em intensidade significativa – o “sofrimento” que eles nos causam, depende apenas nossa cabeça. Obviamente ISSO que estamos sentindo não é frio de verdade! Do mesmo jeito que 30 graus não é calor "insuportável" ninhum! Mas nossa cabeça…? Ah, ela pode sim ficar fria ou quente demais… 

 

Ah sim, o “doido”! … / Ele olhou em meus olhos e disse: – "VOCÊ VAI PRODUZIR MEU LIVRO?!" – Aí eu fiz "Hã?" com uma cara séria que infelizmente precisei aprender a fazer. Aí ele: "Eu tô escrevendo o livro sobre a MINHA vida!!! VOCÊ É PROFESSOR NUM É?!". Eu sorri um pouco (será que sorri mesmo? Às vezes eu acho que sorrio pras pessoas e na verdade continuo sério) e respondi que estava estudando pra ser um… Ele sorriu, do mesmo jeito que eu estava sorrindo, quase não sorrindo… E me olhando com o queixo pra cima: "VOCÊ VAI SER!!! E vai vender meu livro e vai ganhar VINTE MILHÃO!!". E então se virou e seguiu viagem… foi embora sem dizer mais nada.Muitas pessoas defendem que tenhamos armas em casa. Eu nem sei o que achar disso, mas segurava com força um incenso e um pendrive. … E estávamos perto o suficiente pra que ele fizesse cosquinhas em mim. 

 

 

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 22/07/2023
Reeditado em 23/07/2023
Código do texto: T7843497
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