A menina e a boneca
Brincava com as amiguinhas, não via a ora de chegar em casa para rever sua boneca. Passou os anos e ela já mocinha deixou guardada bem no fundo do baú junto com roupas que não serviam mais. No canteiro da vida, brotos, rosas, e cravos ajudaram o cúpido na busca da cara metade.
Já no clube das vovós, o destino caprichoso trouxe o abandono como companheira naquela casa de repouso a velha boneca de sua infância. Uma avalanche de recordações, há retrospectivas leva-o a caminhos onde feridas já cicatrizadas sangrava com os cutucões das duras lanças sentimentais.
Um segundo de alento foi o encontro de sua “Margarida”, olha com ternura como dizendo: Eu voltei!!!! Agarra-a forte e leva ao peito, soluçando canta baixinho a canção de ninar que tão cantou para seus filhos ingratos, a cuidadora jura que ela tinha um ar de sorriso quando encontraram morta deitada na cama com sua boneca pano.