SE EU FOSSE VOCÊ NÃO URINAVA NA RUA/1984.
Na “novilíngua”, algo ruim é chamado de “desbom”, algo excelente é chamado de “maisbom”. A “teletela” diz tudo que você tem que fazer. Acordar, tomar café, fazer exercícios, fumar um ou dois cigarros e depois ir ao trabalho. A “teletela” é a córnea do Grande Irmão. Ou melhor, Big Brother. Mas não gente, por favor. Não esse aí que vocês pensam. O livro 1984, publicado em 1949, traz a maior previsão literária da história.
O protagonista, Winston Smith, trabalha numa empresa onde manipula as notícias com relação aos feitos do “Grande Irmão”. Isso lembra-lhe algo? Ele recebe os arquivos através de um tubo pneumático e analisa o que foi previsto com o que aconteceu, realmente. Logo, ele escreve o fato correto e é tudo publicado de uma forma natural. Ninguém diz nada, comenta, faz cara feira, ou enruga a testa, pois as “teletelas” estão em todo lugar. Nada pode ser feito longe dos olhos do “Grande irmão”. Se você pensa algo, diz, sussurra, logo você é vaporizado de forma “misteriosa” e torna-se uma “despessoa”, (morta).
Porém, caro leitor, quero refletir aqui: até quando você pensa que é livre? Você acha que uma senha de e-mail, rede social e computador podem proteger a sua vida. Eu estou expondo agora pra vocês o que penso, mas vocês acham que alguém não está acompanhando cada toque que estou dando no teclado?
A “novilíngua”, no livro, que trazer um novo modo das pessoas falarem e, na obra, já está na décima terceira edição
Vocês falarão como eu quero, as palavras que eu quero e quem discordar, vira uma “despessoa”.
Quantos jornalistas, escritores, comediantes, ativistas e demais defensores da liberdade de expressão já não foram condicionados ao novo dicionário do “Grande Irmão”. Entenda que o grande irmão pode ser o governo, o intimidador ou o reacionário que só aceita o que ele pensa.
Num dos trechos do livro, lemos a seguinte frase: “você não entende a beleza da destruição das palavras”. Palavras são ideias, no momento que destruídas, perdemos nosso poder de viver, de combater e tem gente que usa elas de má forma a ponto de merecer mesmo uma “novilíngua”.
Outro trecho muito importante do livro é o seguinte: dito por um amigo de Winston a ele: ”você não vê que todo objetivo da “novilíngua é reduzir o alcance do pensamento? Tornar o “crimepensar”, literalmente, impossível até que não haja palavras para expressá-lo? ”.
Atualmente, temos grandes motivos para dar brecha a “novilíngua”, pois é cada coisa que a gente lê. As pessoas não fazem ideia da liberdade que têm em mãos, muita gente quis ter isso e muita gente perdeu isso. Você olha o “Big Brother”, mas não faz ideia que ele observa-lhe desde que você nasceu. Ele está louco para vaporizar seus pensamentos. Em transe para transformar-lhe numa “despessoa” e infelizmente, você está dando todo motivo para ele. Já assistiram ao filme: ” O Show de Truman”? vejam, por favor.
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO. GUERRA É PAZ. IGNORÂNCIA É FORÇA.
O livro foi escrito em 1949, reitero. E eu tenho medo que, daqui alguns anos, sejamos criminosos do pensamento. Alvos de teletelas espalhadas por árvores de eucalipto, vivendo a mercê de algo que, por nossa causa, um dia, entregamos de bandeja o controle de tudo. Todo dia o passado é atualizado. Você que não pensa será vaporizado, enquanto que o ser pensante será acusado de pensar demais e terá um fim terrível praticado pelos espiões do lenço vermelho. E então sua morte será um poema nos jornais em “novilíngua”, de forma que tudo que você fez não valeu absolutamente nada.
Assim como o Homo Sapiens descobriu que as armas poderiam ser úteis e protetoras contra a ameaça dos grande animais, hoje, temos as palavras e devemos usá-las para nos defender sempre. Como eu disse: “O Big Brother está em todo lugar”, e ele não gosta de quem pensa, mas se formos maioria, ele ficará na retaguarda, pelo menos por um tempo. Então, vamos pensar, pensar e pensar. George Orwell que, na verdade se chamava: Eric Artur Blair, já pensava nisso no século passado e nos avisou. Um Grande Irmão literário.
Obrigado pela leitura!.