NA PRIMEIRA ELEIÇÃO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Na primeira eleição para qualquer cargo eletivo o eleitor vota no vizinho (nem sempre o vizinho vota no vizinho), no amigo, no colega de colégio, no colega de pelada, no conhecido do conhecido, porém, na segunda eleição o assunto já muda de perfil, porque desaparece o amigo, o colega, o vizinho, etc, já se vota no político.

Em sendo político a coisa muda de visibilidade, os interesses e objetivos são outros, portanto, o eleitor já "enche" o peito de ar e de ódio, inveja tudo que o ex-amigo fez e ou deixou de fazer durante o mandato eletivo.

Assim sendo, estão instaladas as redes de boatos opositores pelos ex-eleitores do candidato. E isso já funcionava assim antes das redes sociais com uso das tecnologias agregadas da Internet, ex-vi faikes para todos os gostos.

Antes da Internet que publicam fakes, eram os boletins e cartas anônimas detratando com o adversários políticos.

Para não se ir longe demais, basta se olhar o caso típico do eleitorado de uma cidade pequena e ou média do interior do Brasil, onde todo mundo conhece todo mundo, na hora de pedir favor bate na porta das pessoas com melhores condições econômicas e financeiras, como por exemplos, nas portas de advogados, médicos, professores, empresários, etc. Neste momento são quase em sua totalidade ouvidos e em partes atendidos e ou acolhidos em termos de um favor para ajudar comprar um remédio, uma saca de cimento para conserta a casa, um livro ou caderno para um filho, uma cirurgia, uma defesa na cadeia e ou na justiça e por aí, se faz a construção e a desconstrução de possivel liderança local.

E quando chega a eleição esse tipo de "liderança" que passa o tempo todo dando o que pode ao eleitorado local, desde atenção, bom dia, boa tarde, boa noite, visitas aos doentes e aos presos, visitas aos velórios e sepultamentos, afilhados a perder de vista, aniversários, testemunhas de casamentos, presentes para todos os gostos e lados inclusive a times de futebol de pelada: padrões, bolas, etc, feijoada e bebida antes, durante e depois do período eleitoral. Doações macabras do tipo caixões de defunto.

É isso é isso e muito mais do que isso o inferno ou conteúdo do disse me disse na vida do "assistente social" chamado político ou liderança local, aquela pessoa que é sempre lembrada para "tapar" o buraco deixado pela corrupção do poder público que não tem tempo de atender os donos do poder que é o eleitorado do lugar.

Se a eleição é estadual ou federal o eleitorado local gosta de votar no desconhecido que aparece como candidato com dinheiro no bolso para aliciá-lo, alegando que quem não vota em gente ruim, que não é besta ou cavalo para comer capim.

E quem quiser ser rico com o voto dele ou dela nasça no paul...

Não tem hora do dia ou da noite que a liderança local não seja incomodada, tem inclusive aquelas pessoas que por acaso se encontra com ele no meio da rua e já se sente com o direito de pedir uma carona e se for negada, vai ouvir os impropérios de que quando a eleição chegar você vai à minha porta sinha miséria, desgraça, etc, são elogios impublicáveis.

É mesmo tipo de eleitor que fica sempre sem saber em quem votar e por isso mesmo, não comparece para votar, vota branco ou vota nulo, ainda comparece à passeata da vitória de quem for eleito, aperta à mão do eleito, grita o nome dele e vai ao delírio dizendo bem alto "eu já sabia" e no ouvido do eleito esse tipo de eleitor diz, lá em casa todo mundo votou em você, agora agente quer empregos para nossa família, a nossa rua asfaltada, iluminação a led, creches, escolas e postos médicos de primeiro mundo, dispensa de multas do trânsito, livros e merendas para os meninos, dispensa do IPTU, taxa de lixo, etc.

Esse tipo de eleitor aceita de graça até injeção de sal na testa.

E acrescenta, tá vendo ai Mané Preá e Marica Sulamba, gritando teu nome, votaram em Zé do Lixo, que perdeu e agora tão dizendo que votaram em você que eles nunca perdem o voto...

É fuxico como grãos de areia da praia, incontáveis.

Os pedidos do eleitorado assim são maiores do que as nuvens que separam a terra do céu.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 18/07/2023
Reeditado em 18/07/2023
Código do texto: T7839692
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