Ar da sua graça
Às vezes, mas bem às vezes mesmo, gostaria de ser famosa. Mas daquelas discretas que todo mundo ama. Tipo Marisa Monte, que nunca aparece e quando aparece não faz nada questionável ou como dizem hoje em dia, digno de ser cancelado.
Mas tem muita coisa que gostaria de colocar a boca no trombone e isso soaria mais como subcelebridade do que uma artista renomada na música.
Controlo ao máximo não dar indiretas nas minhas redes sociais pois já passei dos 30 e mesmo que não tivesse três décadas vividas, acredito que pega mal alfinetar desafetos em forma de memes ou textos reflexivos. Mas que dá vontade... Ah isso dá.
Há algumas semanas venho lidando com fechamentos de ciclos, amizades, conversas... Até tontura me deu.
Sim, sou uma pessoa prática com os dois pés no rancor e até o pescoço do egocentrismo. Eu sou amiga da dor, não da festa.
Sou aquela amiga que vai te ajudar no pior mas pelo amor de Deus não me convide para nada. E sim, eu fico feliz com a felicidade dos outros, sem inveja. O que me dá raiva é socializar. Entende?
É, é complicado mas eu não gosto. Gosto de ficar em casa com minhas neuras. Não me levem a mal, eu sei que sou casca de ferida, chata e rabugenta. Eu sei. Por isso gosto de me isolar. É quentinho.
Mas vez por outra me dou a chance de sair da zona de conforto e "tcharam"! Quebro a cara.
As pessoa abusam né. Como abusam.
Por isso, eu, oficializo que não sei lidar com sociedade.
Em sociedade.
Não sei lidar com meus sentimentos e com sentimentos alheios.
Sou aquela pessoa que saí e vai embora sem ao menos dizer tchau.
Meu até logo é um adeus.
Agora, como mudar isso? Eu quero mudar? Vale a pena?
Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar?
Acho que viverei a vida toda tentando cantar sozinha. E tudo bem,