LIÇÕES DO AMOR (crônica)
Eu a vi enamorada, sorrindo e confiando; amando. Jogava-se no precipício do amor sem se sentir amparada na queda. Os que amam arriscam-se felizes: Quando jovenzinhas mais ainda.
Porém um dia, vi-a tristonha, perdendo-se no tempo com os seus sorrisos. Chegou, após a queda, ao fundo nua de sentimentos e de razões na tola tentativa de se apoderar da eterna felicidade.
Aprendeu!? Nada demonstrou se aprendeu ou não! Depois, notei ela aguardando dia a dia, pacientemente, por vários anos as águas de março para se misturarem com as suas lágrimas de decepção. Certo dia, mudaram-se do bairro e o tempo tratou de apagar os nossos números de celulares, deixando-nos estranhos e distantes.
Ora! os aprendizados estão nas lições. Algumas delas são cópias das anteriores. Contudo, alguns aprendizes dedicam-se com as próprias decepções para criarem histórias.
E...
Passando o que se tinha que passar, eu a vi novamente enamorada, sorrindo, confiando e amando. Recusou-se a jogar em novos precipícios!? Arriscou-se a novamente amar!? Encontrou o amor sem tentar aprisionar a felicidade!?
Ia chamá-la, conversar, saber das novidades. Recusei-me. Afinal, era patente na sua fisionomia, no filhinho em seus braços, no homem ao seu lado, em tudo; uma crônica escrita. Talvez um conto ou um romance? Meu olhar acompanhou-os até onde a minha vista cansada alcançou.
Então...
Em plena Barão de Jundiaí, sentei-me no banco defronte à matriz com o meu bloquinho de recados e anotei o suficiente para deles nada esquecer, enquanto, os sinos da igreja entoavam lá no alto as suas canções.