A CALMA É IRMÃ DO SIMPLES E O SIMPLES RESOLVE TUDO

Tenho a grata satisfação de uma coluna no melhor jornal da minha cidade, esse que existe há três décadas sem perder sua qualidade. Foi o único dos três jornais outrora existentes na cidade que me abriu um espaço semanal totalmente 0800. Um demorou um mês para publicar um texto meu e outro perguntou sobre o que eu pretendia escrever. Ora pois... Pra apoiar os desgovernos é que não seria!

Enfim... vez em quando alguém me reconhece pela rua e comenta que costuma ler meus textos, o que me encanta e me preenche de uma vaidade boa, por que estou fazendo o que gosto e, ao que tudo indica, fazendo relativamente bem.

Mas Deus me livre da falta de assunto para escrever, esse fantasma que já assombrou colunistas de verdade e que qualquer hora pode acometer este humilde catador de palavras! Grandes escritores como Fernando Sabino e Rubem Braga transformaram a falta de assunto em saborosas crônicas, mas eu não possuo a metade da metade da outra metade do talento deles e se a falta de assunto me acometer, melhor é pendurar as chuteiras.

A minha sorte é que não falta assunto, mas procuro abordar temas amenos, pois de notícias ruins todo mundo está de saco sobrecarregado

Procuro escrever de forma simples, do jeito que eu gostaria de ler, pois falar - ou escrever - difícil me parece que muitas só serve pra aparentar cultura e outras tantas vezes isso acaba espantando possíveis leitores em vez de seduzi-los. Nada contra linguagem rebuscada, mas prefiro escrever sem muitas firulas para alcançar a simpatia de um possível leitor. A calma é irmã do simples e o simples resolve tudo, já disse o Renato Teixeira na belíssima música Irmãos da Lua.

Deixo a linguagem rebuscada aos que estudaram para isso e continuo insistindo na simples arte de acolherar palavras, na sutil esperança de que alguém leia e se identifique.

E que a falta de assunto nunca me visite!