MOCINHOS E BANDIDOS
MOCINHOS E BANDIDOS
CRONICA - 10/07/23
Nos meus tempos de criança, a diferença entre mocinhos e bandidos era muito acentuada. Talvez pela influência da Religião, das Famílias mais bem constituidas, dos gibis e das séries de TV, que punham o Bem em destaque e o mal, como pernicioso. Além da herança cristã, a herança filosófica de Platão, Sócrates e outros filósofos punham a.virtude acima dos vícios.
Lembro-me que, nas brincadeiras de então, todos queriam ser os mocinhos, seguindo o modelo elegante, ético e humano de Dom Chicote, Hopalong Cassidy, Cavaleiro Negro, Fantasma, Mandrake e muitos outros, que jamais matavam, mas, com socos e tiros certeiros, venciam os bandidos e os desarmavam. O presente que os meninos mais queriam era revólveres de plástico, como os dos mocinhos, que não eram símbolo de violencia, mas de justiça e bem.
Os tempos passaram e, hoje, os mocinhos modernos disputam violência com os bandidos, ferem, matam, são viciados e abandonaram a elegância, a ética e o senso de humanismo.
E os heróis-mocinhos atuais são chefes de gangues, homicidas, corruptos e já não defendem as mulheres e os mais fracos.
Às vezes, olho para o horizonte e sonho com um exercito de Zorros, Jerônimo, o herói do sertão.e tantos outros ressuscitados de nossos tempos de criança, cavalgando em perseguição aos bandidos e nós, povo de hoje, gritando eufóricos e esperançosos:
- AI MOCINHOOOOOO.......