Fiel até depois da morte
Na esquina movimentada sentado e apoiado nas duas patas dianteiras observa os carros passarem numa velocidade...... O sol já tinha percorrido mais da metade da abóbada celeste ainda nenhuma pista de seu dono.
Nas travessas os chão preto aquecem durante o dia, mas por ser inverno a amplitude aumenta quando noite se aproxima, nos cestos de lixo encontra-se sobras das sobras misturadas, é o que resta para suportar a carcaça em pé. Debaixo daquela marquise protegido do sereno da madrugada, enrolado numa mistura de trapos e jornais velhos servindo de forro num ladrilho gelado e parte protegido do soprar de um vento cortante. Mas onde está meu dono.............
Nas alturas avista uma janela fechada por um vidro transparente, no interior oras nos braços uma criança aparece carregando um filho de palma. Nisso pensa: Tempo atrás minha vida era assim, hoje já adulto o destino é outro. Onde está meu dono..........
Novo dia tudo se repeti como o anterior, exceto quando mais tarde ao atravessar aquela avenida movimentada, o peso nada proporcional esmagou seu corpo, mas teimosamente fica vagando a procura do seu dono que não existe mais.