Coisas que nunca falei.

Sim! Medo de ser ridicularizado.

Como de costume, no horário aproximado 13:30 da tarde, naquela sexta-feira 29 de abril, estacionei meu carro um pouco à frente da entrada do fórum. Ajeitava as coisas para sair, quando minha cabeça foi para frente como que tivesse sido empurrado. Vi à minha frente, muito próximo de mim, um capacete de piloto de corrida, a viseira estava aberta e o olhar do piloto, foi um olhar tão diferente que nunca consegui uma descrição que me satisfizesse. Parecia triste, mas no meu sentimento não dizia que era tristeza. Nunca soube dizer que olhar profundo e significativo foi aquele. Voltei para casa, liguei a televisão e vi que o piloto Rubens Barrichello, no treino preparatório, tinha sofrido um acidente considerável. Fiquei impressionado achando que tinha relação com olhar que vi dentro do capacete. No outro dia, 30 de abril, sábado, no treino classificatório para a corrida, um outro acidente aconteceu e o piloto alemão ... faleceu. Eu já estava muito impressionado, fiquei mais ainda perdido tentando entender tudo aquilo. Naquele sábado, a laje da casa que eu estava construindo, foi concretada. Sonhei naquela noite, que lá na casa, o banheiro, onde estavam guardados as ferramentas e materiais, havia sido arrombado e muitas coisas furtadas. Logo que me levantei naquele domingo 1o.de maio, fui lá verificar a construção. Tal qual vi no sonho, o banheiro tinha sido arrombado e algumas das coisas que estavam lá, furtadas. A cabeça estava a mil com tudo aquilo. Em casa sentei-me diante da tv para assistir a corrida de fórmula 1. Domingo 1 de maio de 1994, vi e chorei junto os brasileiros a morte do piloto Airton Senna. O que aconteceu comigo naquele final de semana, até hoje eu não tenho explicação.