ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (47): O Cuidado que Transcende o Dinheiro.
A vida nos surpreende de diversas maneiras, lançando-nos em dilemas morais e questionamentos profundos sobre nosso papel como cristãos. Uma questão em particular ecoa em minha mente, trazendo consigo uma urgência que não pode ser ignorada. É uma reflexão sobre o verdadeiro significado de ser um seguidor de Cristo e o compromisso que temos com nosso próximo.
Lembro-me das palavras do renomado autor, que em seu livro destaca: "Dar dinheiro à igreja como substituto do cuidado pelo povo, é negação daquilo que significa ser cristão. O dinheiro que temos, a habilidade que temos, a experiência cristã que temos, jamais devem ser um escape de qualquer situação humana, mas deve representar real amor e compaixão por outrem" (HAPPENSTALL, 1976, p133). Essas palavras ressoam profundamente em minha alma, como um chamado para a ação.
À medida que mergulhamos nas páginas da história, não podemos deixar de nos questionar: será que nosso grande exemplo, Cristo, assumiu o papel de omisso, transferindo Suas responsabilidades para os tesoureiros do templo ou para qualquer outra pessoa? A resposta é clara e inequívoca: não, Cristo não pecou, e a omissão é, sem dúvida, um pecado que não podemos ignorar. As palavras do apóstolo Tiago ecoam em nossos ouvidos: "Lembrem-se também de que, saber o que deve ser feito e não fazer, é pecado" (Tg 4:17 BV).
É fácil cair na armadilha de acreditar que nosso dever é cumprido ao depositar uma oferta ou doação na caixa da igreja. Porém, como cristãos, somos chamados a ir além disso. O verdadeiro amor e compaixão não podem ser substituídos por meras transações financeiras. Não podemos permitir que o dinheiro seja um escape para nossas responsabilidades em relação aos outros.
Olhando para trás, vejo situações em que a omissão prevaleceu, momentos em que fechei os olhos para as necessidades ao meu redor. Mas hoje, em meio a essa crônica, reconheço a importância de agir de forma verdadeiramente cristã. Não é suficiente saber o que deve ser feito; devemos ter a coragem e a determinação de agir em prol do bem.
Convido cada um de vocês, meus amados leitores, a refletir sobre seu próprio papel nessa jornada. Não se deixem enganar pelo engodo do dinheiro, da habilidade ou da experiência cristã acumulada. O verdadeiro cuidado pelo próximo vai além de meros gestos financeiros. Envolve estar presente, ouvir, ajudar e amparar quando necessário.
A mensagem que ecoa em meu coração é clara: precisamos despertar para o verdadeiro significado do amor e da compaixão cristã. Não sejamos omissos diante das necessidades que nos cercam. Abandonemos a falsa ideia de que nossas obrigações são transferidas para os líderes da igreja. Assumamos nossa responsabilidade individual de cuidar e zelar pelo bem-estar dos outros.