Uma carta deixada

No dia em que eu não puder maís ir até você, nunca se esqueça de vir até a mim. Se por um acaso na vida eu não conseguir lembrar mais o seu nome peço que você venha até mim e lembrar quem é você na minha vida. Se um dia eu não conseguir mais me expressar mesmo assim sinta que dentro de mim e do meu coração nada se perdeu nunca esqueci de vocês e por isso deixo uma carta pra vocês. "Uma carta de uma senhora idosa de um lar de idosos. Eu tenho oitenta e dois anos, tenho quatro filhos, onze netos, dois bisnetos e agora moro em um quarto de doze metros quadrados. É o que a mim sobrou hoje. Já não tenho mais casa nem coisas caras, mas tenho alguém que vai limpar o meu quarto todos os dias, preparar a minha comida, lavar e passar as minhas roupas e as roupas de cama, auferir minha pressao arterial e me pesar todos os dias. Já não tenho mais o riso dos meus netos, não os vejo crescendo e nem correndo pela casa, se abraçando e discutindo. Um ou outro vêm me visitar a cada quinze dias, outros a cada três ou quatro meses e outros nunca vem aqui. Eu já não sei quanto tempo mais, ainda tenho para ficar aqui, mas eu tenho que me acostumar com essa solidão. Dizem que a vida está ficando mais longa. Por que? Quando estou sozinha, posso olhar as fotos da minha família e as lembranças que eu trouxe de casa. E isso é tudo! Eu espero que as próximas gerações entendam que as famílias nascem para ter futuro com filhos e netos e que não se esqueçam da família mesmo no período da velhice pois a família é tudo até chegar a hora de partir."

 

 

(*) esta é uma história compartilhada no facebook, e não sei precisar o autor da carta.

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 10/07/2023
Reeditado em 10/07/2023
Código do texto: T7833813
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