Existem momentos
Existem momentos, vários na verdade, em que falar não faz diferença. Passei esses quatro dias em casa e não tive vontade de entrar no Facebook ou conversar com alguém. Muito menos escrever. Sinto que as vezes tento me ausentar de mim. Fazer uma limpeza interna. Analisar algumas atitudes minhas e do outro. Colocar na minha balança o que serve ou não. O que compensa ou não. Quantas vezes nos cobramos por atitudes que não encontram respaldo ou vontade no outro? Tenho adotado a filosofia do silêncio. Em praticamente tudo nesses últimos tempos. Quando me olho no espelho me pergunto é você mesma que está aí? Essa calma e distanciamento não são seus, respondo e em seguida me digo: São sim! Cansei de tanto barulho por nada. De dar a cara a tapa. De insistir. Hoje fico mais na retaguarda. Observo a movimentação. E deixo ir. Essa postura por vezes me deixa surpresa. Essa frieza. E esse silêncio interno. Essa é a parte que mais gosto. O silêncio interno. É aqui onde busco a inspiração, a força e a temperança para continuar. Para despertar no outro dia. As pessoas, mesmo as mais próximas, não imaginam a guerra travada entre o que é necessário ser feito e o que realmente desejo... Porque meu desejo nunca é estar aqui ou ali. Talvez por isso use correntes... Elas me fixam nesse aqui e agora... E assim sigo... Sem desejo. Sem vontade. Sem nada. Devo ser como uma madeira oca... Ou algo por aí... Ou uma geladeira... Ou um sofá... Ou ainda uma cama... Objetos inanimados. Sem alma. Sem coração.... Sem nada.... Assim como eu.