CAVALGADA DOS VALQUÍRIOS

A ressaca onírica de todo bandido é ser eleito pelo povo que lhe humilhou. Conquistar o bolso e o sorriso dos perdidos no suor e no grito não é fetiche para animal, mas para criaturas políticas.

Quando acompanhei o noticiário e os Trends que rolava uma marcha direcionada ao centro comunista mundial, achei que haveria linfa e bílis na praça já vermelha e que cabeças raspadas deslizariam sobre escombros do palácio ditatorial.

O motim tão esperado e monitorado por companhias de inteligência artificial não prosperou. A operação especial continua, com menos grana e mais minas, a plenitude das cinzas e à revelia dos deslocados.

Quanto a desnazificação, essa desculpa nunca acabará. Perduram as diferenças, uns acham-se superiores a muitos, mesmo em minoria. Os ratos passando fome, sem munição, sem combustível, sem freios, sem apoio político. Aos vencedores os grãos, os dólares, os juros módicos em troca de terras férteis e contratos futuros a assinar. A Europa precisa de um celeiro, urgente. O euro tem fome.

Crimes de guerra ou na Paz são cometidos (sempre), diários, matinais, viram papel amassado nas lixeiras das repartições. Esse B.O. digital não vê uma mão para averiguar as circunstâncias do flagrante.

Apostou seus bitcoins que um comediante destilaria ironia na comitiva embriagada por vinho francês? O novo normal é sugerir acordos de paz diferentes das regras de Clausewitz. Sempre haverá uma solução original para justificar a dor no peito do outro que leva chumbo.

Enquanto não chega o fim dessa série, ouço a orquestra tocar no velório das guerreiras sem escolha, que revivem a razão da vergonha alheia, ao serem revistadas no íntimo do ser.

A promessa de seis meses de massacre por uma vida livre de crimes pretéritos é tentadora. Como dizem: “o crime compensa”, e vira votos! Assim como também dizem sobre os canalhas, os presidiários envelhecem.

Wagner, roda o disco que o moedor de carne precisa alimentar a plateia faminta.