ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (31): A Essência da Generosidade.

Era um dia ensolarado, com o calor do sol acariciando gentilmente minha pele. Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas, pensamentos profundos permeavam minha mente. E foi então que me deparei com uma passagem intrigante, um diálogo registrado nas palavras sagradas, que ecoavam em minha alma como um chamado.

A figura icônica de Jesus emergia diante de mim, não como um mestre suave e tranquilo, mas como alguém que confrontava a hipocrisia e as aparências vazias. Foi a única vez em que Ele abordou o tema do dízimo, um momento singular que antecedeu o momento em que o véu do templo se rasgou, rompendo barreiras e transformando o curso da história.

Naquele instante, Jesus direcionava Suas palavras aos Fariseus, aqueles que se escondiam por trás das máscaras do legalismo e do formalismo das cerimônias. Sua repreensão era impetuosa, ressoando como trovões nos corações daqueles que buscavam ostentar sua piedade externamente. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!" Suas palavras penetravam fundo, desafiando a falsa devoção que negligenciava os princípios mais essenciais da Lei.

O vento soprava suavemente, trazendo consigo as palavras de Jesus, que ecoavam em minha mente como um chamado à reflexão. Ele mencionou o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, ressaltando como era fácil cumprir rituais externos, e negligenciar os aspectos mais importantes da vida espiritual: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Essas eram as obrigações fundamentais, que não podiam ser desconsideradas, mas que muitas vezes eram eclipsadas pela mera formalidade.

Envolto pela narrativa, mergulhei nas entrelinhas do texto sagrado, buscando compreender a mensagem profunda que se escondia ali. O Novo Testamento não prescreve claramente o dízimo para os crentes, pois as palavras de Jesus eram um desafio direcionado aos Fariseus, não uma norma a ser seguida por todos. No entanto, há uma verdade que ressoa: a alegria deve habitar no coração do contribuinte, independente da forma como se manifesta.

Fui transportado para os primeiros dias da comunidade cristã, registrados no livro de Atos, onde a generosidade florescia como uma flor exuberante. Ali, não se tratava apenas do dízimo, mas de uma entrega total. Os cristãos não davam apenas uma parte, eles ofereciam tudo. O espírito de partilha e amor transbordava em cada gesto, em cada ato de generosidade, construindo uma comunidade unida pela fé e pelo compromisso mútuo.

Hoje, enquanto olho ao meu redor, vejo um mundo sedento de generosidade. Somos chamados a olhar para além das obrigações formais e nos conectarmos com a essência do ensinamento de Jesus.