ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (19): A Sombra da Falsidade.

Infelizmente, neste vasto mundo em que vivemos, há uma sombra que paira sobre a igreja e encontra morada no coração de muitos pastores. Um desejo quase irresistível, que os consome e os leva a abraçar sem qualquer resistência a falsidade e a distorção da realidade, confundindo-as com a autenticidade. É como se a verdade, essa joia tão preciosa, tivesse sido comprometida e escondida sob uma aparência enganosa, camuflada em trapos de falsa virtude.

Vejo esses pastores, com seus discursos vazios, apresentando a verdade diluída em lugares-comuns, em frases decoradas e em palavras que se dissolvem no ar. Acreditam, equivocadamente, que estão no caminho da verdade, pois se baseiam em propriedades materiais, em supostas excelências morais, em pensamentos sadios e em raciocínios humanos. No entanto, se esquecem de algo essencial, algo que vai além dessas superficialidades terrenas.

A verdade não reside em adornos exteriores, não se limita a uma fachada brilhante que encanta os olhos e seduz os incautos. A verdade verdadeira, aquela que transforma vidas, requer um rejuvenescimento espiritual, uma renovação íntima que só pode ser alcançada pela presença genuína de Cristo Jesus em cada coração.

Pergunto-me como chegamos a esse ponto, em que a verdade é banalizada e deturpada, em que os valores essenciais são substituídos por um verniz enganoso. Será que nos perdemos pelo caminho, cegados pela tentação de buscar a aprovação dos homens em vez da orientação divina? Será que nos esquecemos de que a verdade é um tesouro que não pode ser comprado ou trocado por ilusões passageiras?

Olho ao redor e vejo almas sedentas, buscando desesperadamente por algo real, algo que transcenda as superficialidades do mundo. E é a elas, a essas almas cansadas, que devemos voltar nossa atenção e nossos esforços. Pois é nelas que reside a esperança de resgatar a verdade do seu confinamento, de revelar sua beleza autêntica em meio à névoa de engano.

Que possamos despir-nos das vestes da hipocrisia e mostrar ao mundo a verdadeira face da verdade. Que possamos ser instrumentos de luz, guias na escuridão, levando em nossas palavras e ações a genuína presença de Cristo, que nos transforma e nos capacita a viver em plenitude.

A mensagem é clara: a verdade requer mais do que meras palavras ou aparências. Ela exige um compromisso íntimo, uma busca constante pela presença divina em nossas vidas. Somente assim poderemos dissipar as sombras da falsidade, resgatar a confiança perdida e revelar ao mundo o verdadeiro caráter do Criador.

Que possamos, então, despertar para a responsabilidade que nos foi confiada. A responsabilidade de sermos guardiões da verdade, de preservá-la e transmiti-la de geração em geração.