Os chás de dona Zoraide

Ele era alto e magro. Apareceu aqui no Itapema, bairro este onde nasci, cresci e quero findar.

Este meu lugar onde moro além dos versos deixados pelo meu pai espalhados pelo quintal em forma de árvores há tambem muitas histórias.

O magro alto acima chamava-se Benedito, devido a sua estatura tornou-se Ditão. Veio morar aqui vizinho ao sítio do meu pai.

Vivia só. Não tinha família, ele e Deus.

Um dia fui a casa dele e o vi triste, cabisbaixo.

" As vezes, não sei porque, bate uma dor no peito, uma tristeza..."

"Toma um chá de camomila, é bom! Minha mãe sempre faz"- sugeri.

"Não é o chá da dona Zoraide,sua mãe, que cura, é o carinho dela a atenção que é a causa do chá fazer bem.

O meu chá que sempre curava as minhas dores se foi ainda quando era pequeno. Ainda lembro do sorriso e de seu olhar.

Cultive sua mãe como se fosse um pé de camomila, hortelã, erva- cidreira..."

Ditão? Virou saudade.

Hoje, sentado na varanda cultivando minha mãe lembrei das falas de Benedito José Machado, para nós, Ditão...

Jorge Sousa
Enviado por Jorge Sousa em 06/07/2023
Código do texto: T7830341
Classificação de conteúdo: seguro