Os chás de dona Zoraide
Ele era alto e magro. Apareceu aqui no Itapema, bairro este onde nasci, cresci e quero findar.
Este meu lugar onde moro além dos versos deixados pelo meu pai espalhados pelo quintal em forma de árvores há tambem muitas histórias.
O magro alto acima chamava-se Benedito, devido a sua estatura tornou-se Ditão. Veio morar aqui vizinho ao sítio do meu pai.
Vivia só. Não tinha família, ele e Deus.
Um dia fui a casa dele e o vi triste, cabisbaixo.
" As vezes, não sei porque, bate uma dor no peito, uma tristeza..."
"Toma um chá de camomila, é bom! Minha mãe sempre faz"- sugeri.
"Não é o chá da dona Zoraide,sua mãe, que cura, é o carinho dela a atenção que é a causa do chá fazer bem.
O meu chá que sempre curava as minhas dores se foi ainda quando era pequeno. Ainda lembro do sorriso e de seu olhar.
Cultive sua mãe como se fosse um pé de camomila, hortelã, erva- cidreira..."
Ditão? Virou saudade.
Hoje, sentado na varanda cultivando minha mãe lembrei das falas de Benedito José Machado, para nós, Ditão...